Conduta de motorista de táxi e de aplicativos lidera queixas
Usuários reclamaram mais no primeiro semestre em canal da prefeitura. Há falta de respeito, dizem
Atitude desrespeitosa de motoristas e recusa para pegar passageiros estão entre as principais reclamações de usuários de táxis e transporte por aplicativos, segundo informações da Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes, sob gestão Bruno Covas (PSDB). Problemas com cancelamentos de corridas também fazem parte das maiores queixas.
De acordo com o balanço semestral do canal telefônico 156, disponível na página de transparência da Prefeitura de São Paulo, foram 478 queixas de passageiros no primeiro semestre deste ano contra 123 no mesmo período de 2017 —aumento de quase 300%.
A mudança no comportamento de usuários, mais exigentes, e a relação mais frequente com as empresas, fez o número de reclamações subir na capital, de acordo com especialistas.
“No começo, tudo parecia estar numa boa. Passada a novidade, os clientes começam ver as contradições e a perceber que há problemas. Quanto mais usam, mais vão reclamar”, diz Marcos Bicalho, consultor em planejamento sobre o transporte por aplicativos, que chegou ao Brasil em 2014.
O especialista Horácio Augusto Figueira cita também a falta de comprometimento de alguns motoristas.
“Muitas pessoas passam a exercer a profissão para ter uma renda extra, pagar as contas ou em virtude do desemprego, mas depois abandonam, porque conseguem outro trabalho. Não existe uma continuidade, um aprimoramento. Isso tudo já era bem previsível”, afirma.
Opção de trocar
A publicitária Mayara Couto, 24 anos, diz que trocou o aplicativo Uber pelo 99, após uma experiência ruim com um motorista da Uber.
“Ele <motorista] me fez esperar, depois afirmou que não fazia Pool (corrida compartilhada com outras pessoas) e cancelou a viagem. Paguei por um serviço que nem usei. Reclamei pelas redes sociais, mas não tive resposta da empresa”, afirma.