Papeis de banco reforçam suspeita sobre José Serra
Depósitos para filha do senador tucano seriam para caixa dois das campanhas de 2006 e de 2010
Documentos bancários enviados pelas autoridades suíças à PGR (Procuradoria Geral da República) mostram que Veronica Allende Serra, filha do senador José Serra (PSDB), é uma das administradoras de uma conta naquele país que recebeu 400 mil euros (R$ 1,78 milhão), segundo reportagem da Rede Globo.
O dinheiro foi depositado por uma empresa offshore que tem entre seus procuradores um lobista da Alstom, José Amaro Pinto Ramos. A multinacional francesa está envolvida em uma série de processos relacionados ao Metrô de São Paulo.
Anteontem, a documentação foi juntada pela PGR no inquérito sobre doações da Odebrecht a Serra que está com o ministro Gilmar Mendes no Supremo.
O primeiro depósito ocorreu em dezembro de 2006, logo depois de Serra ter vencido as eleições para o governo de São Paulo.
Uma conta aberta no Arner Bank, em Lugano, recebeu 250 mil euros. Em fevereiro, mais 150 mil foram depositados nesta mesma conta.
A conta administrada pela filha de Serra foi aberta em nome de uma empresa no Panamá, a Dormunt International Inc. Suíça e Panamá são usados para esconder recursos ilícitos porque tinham, à época, uma legislação que dificultava saber quem são os verdadeiros donos.
Delatores da Odebrecht contaram em acordo que Pinto Ramos emprestou sua conta para receber recursos para Serra relacionados à linha 2-verde do metrô, ao Rodoanel e a uma dívida da construção da rodovia Carvalho Pinto. No caso da dívida da Carvalho Pinto, a suspeita investigada pela PGR é de corrupção.