Micro-ondas japonês
Nas últimas semanas, enquanto o brasileiro sente a brisa gelada do inverno, do outro lado do mundo os japoneses quebram a cabeça para resolver o problema de excesso de calor nos Jogos de 2020, em Tóquio.
A maior competição multiesportiva do planeta será realizada entre o fim de julho e o começo de agosto no Japão, justamente o período em que a onda de calor do verão local se torna um problema de saúde pública. Aliás, o governo declarou desastre natural a onda de calor de mais de 40ºc deste ano, que matou pelo menos 120 pessoas.
Para se ter uma ideia, às 4h da manhã o sol já está a pino no arquipélago japonês. Às 10h, o calor já supera os 30ºc. Com grande umidade, a sensação térmica aumenta, afetando, principalmente, idosos e crianças.
Mas o que fazer então para os milhares de atletas que competirão no país daqui a dois anos, e, principalmente, os milhões de espectadores, não sucumbirem ao calor excessivo? O governo tem uma ideia, mas enfrenta dura resistência: adiantar o relógio em duas horas, para que as provas se iniciem mais cedo, com clima mais ameno.
A intenção é que já no ano que vem essa estratégia seja testada, entre junho e agosto. Se der certo, a prática deve ser adotada nos Jogos, apesar de os trabalhadores serem contra, temendo que os chefes aproveitem a oportunidade para fazê-los trabalhar mais.
Além disso, a tradição tecnológica do Japão deve ajudar muito na luta contra o calor. Os cientistas já inventaram um spray para ser jogado em pelo menos cem quilômetros de ruas e avenidas, nos percursos da maratona e da marcha atlética. Esse produto tem a capacidade de refletir calor e raios ultravioletas, o que diminuirá a temperatura do solo em oito graus.