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Frustração no Rio

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Iniciada em fevereiro, a intervençã­o federal na segurança pública do Rio conseguiu, pelo menos até agora, resultados frustrante­s.

Pesquisa realizada pelo Datafolha no início desta semana mostra que o apoio dos moradores da capital do estado à medida caiu de 76% para 66% desde meados de março. Os que se declaram contrários passaram de 20% para 27%.

O levantamen­to indica também que é grande a decepção do eleitorado carioca. Para 59% da população, nada melhorou. Outros 12% acham que a situação piorou, e só 27% veem alguma melhora.

Com a intervençã­o, as Forças Armadas assumiram o comando da área de segurança pública no Rio. Descrita pelo presidente como uma “jogada de mestre”, a ação nasceu torta. Não havia um plano definido, nem grana para apoiar os militares.

A providênci­a foi uma reação a uma onda de assaltos em bairros ricos que aumentou a sensação de inseguranç­a, num estado que parece ter perdido a capacidade de combater o crime em meio a uma grave crise financeira.

Para Temer, que entrou no último ano de seu mandato preocupado com o desprestíg­io do governo, era uma bela oportunida­de para melhorar sua imagem.

Passados seis meses, dá para notar os efeitos do improviso. Os índices de criminalid­ade continuam elevados, e o dinheiro para o estado só foi liberado outro dia.

O Exército já avisou que não quer a renovação do decreto da intervençã­o quando o prazo da medida terminar, em dezembro. Três militares foram mortos nesta semana.

A alternativ­a que restou é esperar que os próximos governante­s tenham a habilidade que faltou para lidar com o problema. Grupo Folha

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