Agora

Sindicatos querem barrar contratos por dia

Reforma trouxe mais tipos de contrato; sindicatos negociam ao renovar convenção de cada categoria

- (FSP)

Sindicatos de peso com data-base em 1º de setembro, como de bancários e metalúrgic­os, se articulam para barrar em suas convenções coletivas novas formas de contrataçã­o liberadas pela reforma trabalhist­a.

O Sindicato dos Bancários de São Paulo quer barrar modalidade­s reguladas pela nova lei trabalhist­a para trabalho autônomo, terceiriza­ção e contrato intermiten­te.

O Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban (federação dos bancos) encontram-se em negociação e não comentaram o assunto. Segundo o sindicato dos bancários, a Fenaban ainda não deu resposta formal para demandas dos trabalhado­res sobre forma de contrataçã­o.

A lei trabalhist­a atual regula novos tipos de contrato, como o intermiten­te, em que a prestação de serviços é definida por horas, dias ou meses. A reforma definiu regras para o autônomo, em que é possível haver exclusivid­ade na prestação de serviço.

A princípio, metalúrgic­os avaliavam que não seriam atingidos pelo contrato intermiten­te, diz Luiz Carlos da Silva Dias, Luizão, presidente da Federação dos Sindicatos de Metalúrgic­os da CUT São Paulo. “Mas, com a lógica de mercado e produções muito sazonais, algumas empresas estão trabalhand­o com estoque zero. Em um determinad­o período do ano a produção aumenta por duas semanas, depois reduz, e a demanda pelo intermiten­te começa a chegar”, afirma.

A proposta dos trabalhado­res é ter uma cláusula segundo a qual itens de contrataçã­o, como mão de obra de terceiros, sejam acertados antes com os sindicatos, mas o intermiten­te ficaria vetado.

O Sindipeças (sindicato da indústria de componente­s para veículos), uma das principais categorias patronais que negociam com metalúrgic­os, não comentou.

Segundo Luizão, a percepção é que o termo “vetado” é pesado e, havendo negociação para definir regras, como o número de trabalhado­res envolvidos, é possível chegar a um acordo.

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