Ruim com o SUS, pior sem ele
Sendo otimistas, podemos dizer que o Sistema Único de Saúde é um pequeno milagre. O Brasil, afinal, é um dos poucos países de renda média que oferecem um serviço gratuito para todos.
O SUS inclui ainda um bom programa de imunização, fornecendo todas as vacinas recomendadas, e o maior modelo público de transplantes de órgãos do mundo. Teve também papel de destaque no combate à epidemia de Aids.
Mas não faltam, também, razões para pessimismo. A saúde costuma aparecer como principal queixa do eleitorado. Há escassez de médicos e remédios; pacientes morrem à espera de tratamento. Muitas vezes, a primeira providência de uma família que consegue melhorar seu padrão de vida é contratar um plano privado.
Otimista ou pessimista, ninguém pode negar que o sistema enfrenta problemas que tendem a se agravar nos próximos anos, com a dupla pressão da falta de grana e do envelhecimento da população.
Os brasileiros gastam 8,9% de sua renda com a saúde, mas a maior parte disso são despesas privadas. A rede pública recebe abaixo do padrão mundial.
Em tempo de campanha eleitoral, convém desconfiar de quem promete mundos e fundos para o setor. Nos próximos anos, o governo federal e os estados vão estar encalacrados com as contas das aposentadorias.
Vale prestar mais atenção em quem discute a melhoria da administração do sistema. Uma boa ideia, por exemplo, é a união de prefeituras para o lançamento de hospitais maiores, capazes de atender casos mais complicados com maior eficiência. Grupo Folha