Metade das mulheres férteis usou pílula do dia seguiinte
Pesquisa realizada na capital ouviu 3.896 mulheres, com idade entre 15 e 44 anos. Dados são inéditos
44,8
Duas ou mais gestações
Mais da metade das mulheres em idade fértil da capital já usaram pílula do dia seguinte, segundo pesquisa inédita do Instituto de Saúde, (órgão ligado ao governo do estado de São Paulo, da gestão Márcio França (PSB), em parceria com o Núcleo de Estudos em População da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Segundo o levantamento, 50,9% das mulheres do município entre 15 e 44 anos, que já iniciaram a vida sexual, tinham tomado a contracepção de emergência.
Entre as mais jovens, de 20 a 29 anos, essa taxa ultrapassa 67%. A pesquisa entrevistou 3.896 mulheres, de abril a dezembro de 2015.
“A pílula do dia seguinte está aí para isso, deve ser usada quando a contracepção falha ou não existiu”, diz a coordenadora da pesquisa, a médica sanitarista do Instituto de Saúde, Tania Lago.
Como efeito de comparação, Lago cita um estudo feito com base na última PNDS (Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde) , em 2006. “Cerca de 23% das mulheres não unidas e 11% das unidas tinham tomado pílula do dia seguinte. O aumento foi incrível”, afirma.
O crescimento é positivo, diz o diretor da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, André Malavasi. ‘Significa que as mulheres estão tendo acesso à informação e ao método‘.
Ele diz, entretanto, que a pílula do dia seguinte não deve ser usada de forma rotineira, não por oferecer risco à saúde, mas porque há outros métodos mais eficientes.
“Se está usando várias vezes ao ano, é bom pensar em um método de longa duração, como DIU e implante subcutâneo”, afirma.
A dentista Taynara Martins, 22 anos, usou a contracepção de emergência quatro vezes, após fazer sexo sem preservativo. Ela costumava tomar a pílula de uso contínuo, mas tinha dores de cabeça. “Também esquecia de tomar, até três dias seguidos. Decidi parar”, diz.