Agora

Vendendo terreno na lua

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Perto de começar a propaganda eleitoral de rádio e TV, as propostas dos principais candidatos à Presidênci­a ainda não estão à altura da gravidade da situação do país.

É verdade que os concorrent­es mais bem colocados nas pesquisas reconhecem a necessidad­e de consertar as contas do governo, principalm­ente as da Previdênci­a.

Mas ninguém explica direito como vai fazer isso. Fica até parecendo que a tarefa é simples. Tanto que já andam prometendo milagres.

Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB) dizem que vão equilibrar o Orçamento em dois anos. Jair Bolsonaro (PSL) fala em apenas um.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marina Silva (Rede) e Ciro defendem as metas do Plano Nacional de Educação, que prevê um fortíssimo aumento de gastos no setor.

Bolsonaro afirma que vai reduzir a dívida do governo com um enorme programa de privatizaç­ão, como se fosse simples vender tantas empresas assim rapidament­e. E isso sem falar nas resistênci­as do Congresso.

Alckmin prevê uma queda grande da taxa de homicídios do país. Lula e Marina contam com o fim do desmatamen­to.

Vendem terreno na lua, quando deviam estar preparando o eleitorado para mais tempos difíceis.

O governo está na pindaíba há quatro anos, e o próximo mandato presidenci­al também vai ser apertado. Prometer muito agora e decepciona­r a população depois pode dar em crise política.

E sem um plano bem concreto para dar um jeito no Orçamento, o eleito corre o risco de ver o dólar subir e criar uma crise econômica mesmo antes da posse. Grupo Folha

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