Cresce apreensão de veículos abandonados na capital
De janeiro a julho, foram retirados das vias 12.157 carros, uma média de 58 por dia na capital
Nos primeiros sete meses de 2018, a quantidade de veículos abandonados flagrados nas ruas e removidos por agentes municipais da capital chegou a 12.157 —aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano anterior, no começo do mandato de João Doria (PSDB), que deixou o cargo em abril para disputar a eleição estadual.
A atual média de 58 casos diários já supera a do último ano da gestão Fernando Haddad (PT), quando 47 carros abandonados eram retirados a cada dia das vias.
Neste ano, a maior concentração de carros abandonados apreendidos nas ruas foi no Ipiranga (zona sul), com 1.402 casos de janeiro a julho, seguido por Vila Maria (zona norte), com 1.109, Butantã (zona oeste), com 810, e Mooca (zona leste), 781.
Na Brasilândia (zona norte), um vigilante de 26 anos diz se queixar há anos de um carro abandonado quase na frente de casa. A sucata já foi obstáculo até mesmo para uma ambulância no socorro ao avô dele, de 75 anos, que sofreu um AVC. “Passar a maca foi um sacrifício, tivemos que espremer pelo canto”, conta ele, que prefere não se identificar.
No mesmo bairro, a radialista Juçara Zottis, 57, se preparava para levar a mãe à missa semanas atrás quando se deparou com carro antigo largado na frente de casa.
Sem conseguir retirar seu próprio carro da garagem, resolveu chamar a polícia. “Disseram que ninguém tinha condição de guinchar a sucata e sugeriram que chamasse um táxi para sair de casa”. Mais tarde, ao descobrir de quem era a carcaça, ganhou uma resposta atravessada: “Ele me disse que a rua era pública”. Questionada sobre veículos abandonados na Brasilândia, a Secretaria das Prefeituras Regionais disse que a rua não ficaria bloqueada “por anos”, mas que faria vistoria.