Metrô pede punição a jovem por versão sobre estupro
Companhia apresentou à polícia uma queixa por falsa comunicação de crime contra uma estudante de 18 anos que alegou ter sido violentada na estação Sacomã, linha 2-verde
O Metrô paulista apresentou à polícia uma queixa por falsa comunicação de crime contra a estudante de 18 anos que alegou ter sido estuprada na estação Sacomã (linha 2-verde) e depois recuou da própria versão apresentada às autoridades.
De acordo com o Código Penal, quem comete esse tipo de delito pode ficar preso de seis meses a um ano. A pena também pode ser convertida em multa, a ser definida pela Justiça.
Inicialmente, a jovem relatou aos policiais que havia sido atacada na noite do última dia 22, dentro da estação da linha 2-verde, quando seguiria para a faculdade. No entanto, anteontem, ela não confirmou mais a ocorrência do crime, de acordo com a polícia —que não deu detalhes do depoimento da jovem, mas disse que as investigações continuam.
Segundo a primeira versão dela, um homem desconhecido a ameaçou com uma arma de fogo e a levou para “um canto”. A mãe dela, uma analista de sistemas de 46 anos, disse também que, após o crime, a jovem foi acompanhada por esse homem até a estação São Joaquim, já na linha 1-azul.
O secretário da Segurança do governo Márcio França (PSB), Mágino Alves, disse que a polícia continua investigando esse caso com toda a atenção possível, mas que esse relato da vítima não foi confirmado. “Até agora não se conseguiu confirmar a existência do crime [de estupro]. O metrô é uma área totalmente filmada. Não se conseguiu mostrar a existência do crime”, disse.
Procurada pela reportagem anteontem, a mãe da jovem atacada não atendeu as ligações nem respondeu aos recados na caixa postal.
Segundo o secretário Mágino, um dos principais avanços na segurança pública paulista tem sido o número cada vez mais alto de mulheres encorajadas a procurar a polícia para relatar ataques, sendo alguns ocorridos há muitos anos, algo que, por um lado, aumenta as notificações, mas, por outro, ajuda no combate ao crime.
“Tudo isso é sinal que despertou na mulher vítima a consciência de que ela deve notificar. Essa é uma forma de combater essa violência. A nossa obrigação é dar uma resposta nisso. Onde nós temos condições de agir, nós estamos agindo. Nós prendemos aí alguns predadores sexuais no último mês”, disse, sobe homens com várias vítimas.