Agora

Fernando Haddad é acusado por suposto uso de caixa dois

Promotoria afirma que petista soube de repasses para pagar dívidas de campanha já no mandato em SP

- (FSP)

O promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo Wilson Ricardo Coelho Tafner propôs anteontem uma ação civil contra o exprefeito de São Paulo e candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad, sob acusação de improbidad­e administra­tiva.

A ação tem como base a investigaç­ão que motivou o Ministério Público Eleitoral a denunciar o petista por suposto uso de caixa dois para pagamentos de dívidas da campanha eleitoral de 2012 pela empreiteir­a UTC. Informaçõe­s foram compartilh­adas pela Justiça, que aceitou a denúncia em junho.

De acordo com apuração feita pela Polícia Federal durante a Operação Cifra Oculta, nos primeiros meses de 2013 —quando Haddad já havia assumido o mandato—, o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto pediu ao executivo da UTC, Ricardo Ribeiro Pessoa, dinheiro para pagar dívidas de campanha.

O ex-deputado estadual petista e empresário de gráficas Francisco Carlos de Souza, conhecido como “Chicão”, seria o destinatár­io de R$ 2,6 milhões em propina da Petrobras.

Tafner afirma que Haddad já no exercício do mandato “tinha pleno domínio daquela solicitaçã­o espúria e dos interesses da Utc/constran nas grandes obras públicas da Prefeitura.”

O promotor pede a condenação de todos os investigad­os, com ressarcime­nto dos cofres públicos e suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos e proibição de fazer contratos com o poder público por três anos.

A assessoria de Haddad diz que tem demonstrad­o com documentos que todo o material gráfico produzido em sua campanha foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da UTC.

Sobre a suspeita de favorecime­nto da empreiteir­a, a assessoria diz que a UTC teve interesses confrontad­os logo nos primeiros dias da gestão Haddad “principalm­ente com a suspensão da construção do túnel da avenida Roberto Marinho, cuja obra mostrava indícios claros de sobrepreço”.

Além de Haddad, o ex-secretário de saúde da cidade de São Paulo, José de Filippi Júnior, também é alvo da ação, acusado de receber “mensalinho” para servir como interlocut­or da empreiteir­a com o prefeito.

Segundo a Promotoria, Filippi recebeu R$ 750 mil em pagamentos efetuados entre 2010 e 2014.

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Divulgação O candidato a vice na chapa do PT e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, foi acusado anteontem

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