Andrés é réu por crime tributário
A Justiça Federal de São Paulo acolheu denúncia feita pela Procuradoria-geral da República contra Andrés Sanchez, presidente do Corinthians e deputado federal (PT-SP). O dirigente alvinegro e outras três pessoas são acusados de crime tributário.
Segundo a denúncia, Andrés e os sócios José Sanchez Oller, Isabel Sanches Oller e Itaiara Pasotti teriam usado “laranjas” para abrir a empresa Orion Embalagens, que tinha o objetivo de camuflar operações financeiras, causando prejuízo aos cofres públicos de R$ 8,5 milhões.
A denúncia oferecida no fim do ano passado aponta indícios de que Andrés e as outras três pessoas eram os donos de fato empresa criada em 2002 e que encerrou suas atividades em 2005.
Eles teriam omitido receitas de mais de R$ 30 milhões para diminuir os valores a serem pagos por Imposto de Renda Pessoa Jurídica, PIS, Cofins e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido).
A reportagem teve acesso ao despacho da juíza Louise Vilela Leite Filgueiras Borer, datado de 24 de agosto passado. O texto diz que “a denúncia obedece aos requisitos previstos no artigo 41 do Código de Processo Penal, porquanto contém a descrição do fato criminoso, a qualificação dos acusados e a classificação dos crimes.”
O caso ficará sob responsabilidade da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Andrés e seus sócios terão dez dias para dar uma resposta à acusação. Caso condenados, os quatro acusados podem pegar pena que varia entre dois e cinco anos de prisão.
Procurado pela reportagem, o advogado do deputado e dirigente, João dos Santos Gomes Filho, disse que ainda não foi notificado da decisão. Ele também descartou qualquer prática ilícita do cartola corintiano.
“Ele não era sócio dessa pessoa jurídica. Vamos discutir respeitosamente. Como alguém que não sócio de uma pessoa jurídica pode cometer um crime próprio de pessoa jurídica?”, questionou o advogado de Andrés.
André Sanchez reassumiu a presidência do Timão neste ano após vencer eleições no clube em fevereiro e tem mandato de três anos.