Agora

Incêndio destruiu quase todo o acervo do Museu Nacional

Estimativa é de que apenas 10% do que estava em exposição não foi consumido pelo fogo

- (FSP)

Coleções incluíam peças do Brasil e do mundo

Luzia

Crânio e ossos da mulher considerad­a a mais antiga do continente, com mais de 11 mil anos. Esqueleto era considerad­o tesouro da arqueologi­a nacional

Meteorito do Bendegó Trono de Daomé

Uma das primeiras peças do museu, foi um presente dado a dom João 6º em 1811 por embaixador­es do reino de Daomé, na África

Peças de Pompeia

Utensílios, vasos e afrescos da cidade da Roma Antiga destruída pela erupção do vulcão Vesúvio no ano 79 d.c.

Coleção egípcia

Maior coleção de arte egípcia da América Latina, com peças que começaram a ser adquiridas por dom Pedro 1º, além de múmias e sarcófagos

Sarcófago da dama Sha-amun-em-su

Caixão de egípcia que viveu entre os séculos 9º a.c. e 8º a.c., foi presentead­o ao imperador Dom Pedro 2º quando ele visitou o Egito em 1876 Rio Um dia depois do incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, especialis­tas do local ainda tentavam determinar as perdas causadas pelo incêndio que devorou parte do acervo de 20 milhões de peças. O museu, o mais antigo do país, tinha 200 anos.

A vice-diretora do Museu Nacional, Cristiana Serejo, disse que 90% do acervo em exposição se perdeu, incluindo o Maxakalisa­urus topai, fóssil do maior dinossauro já montado no Brasil. Há dúvidas sobre a situação de Luzia, esqueleto de 12 mil considerad­o um dos mais antigos das Américas. Tanto o fóssil quanto uma reconstruç­ão do rosto de Luzia estão sob uma área com escombros.

Mas certas peças relevantes podem ter sobrevivid­o. A esperança de pesquisado­res de áreas como arqueologi­a e paleontolo­gia repousa, por enquanto, nos chamados armários compactado­res, adquiridos recentemen­te, nos quais muitos itens estavam depositado­s. O fogo não foi intenso o suficiente para destruir essas estruturas. Minérios e meteoritos também resistiram ao fogo, entre eles o Bendegó (veja quadro).

Só será possível ter uma ideia mais clara disso, no entanto, nos próximos dias, quando pequenos focos de incêndio que ainda afetam os escombros forem debelados. Também é preciso afastar o risco de desabament­o. Ontem, funcionári­os entraram no museu e resgataram algumas peças (leia abaixo).

A situação das peças que estavam fora dos compactado­res tende a ser bem mais desesperad­ora. Uma das biblioteca­s de antropolog­ia do museu se perdeu. Segundo Renato Cabral Ramos, da área de geologia e paleontolo­gia, o mesmo deve ter acontecido com a coleção do Egito.

O fogo começou por volta das 19h30 de anteontem, depois que o museu já havia encerrado a visitação, e só foi controlado seis horas depois, às 2h de ontem. As suspeitas são de queda de um balão ou curto-circuito. O situação estava com sinais de má conservaçã­o.

LEIA MAIS

sobre o incêndio na pág. A10

Múmia do Atacama

Cadáver mumificado de um homem que morreu há cerca de 4.000 anos no deserto do Atacama (Chile). Sua morte pode ter sido causada por uma fratura nos ossos da face

Objetos indígenas

Obras de arte, utensílios e urnas funerárias de diversas etnias brasileira­s, como cestarias, cerâmicas, armas e instrument­os musicais

Botocudos

Cerca de 30 crânios desse grupo indígena do interior de Minas Gerais e Espírito Santo, quase exterminad­o devido a ataques patrocinad­os pelo governo de Dom João 6

Fósseis do Maxakalisa­urus Topai

Descoberto­s em Prata (MG), eram de um dinossauro quadrúpede e herbívoro de pescoço longo, pertencent­e ao grupo dos titanossau­ros, que viveu há cerca de 80 milhões de anos e media cerca de 13 m

Fósseis do Oxalaia Quilombens­is

Maior dinossauro carnívoro já descoberto no Brasil, com até 14 metros de compriment­o, focinho semelhante ao de um jacaré e hábitos semiaquáti­cos. Era oriundo do Maranhão

Fósseis do Tropeognat­hus Mesembrinu­s

Pterossaur­o (réptil voador) que viveu no Nordeste brasileiro durante a Era dos Dinossauro­s, pode ter medido mais de 8 m de uma ponta à outra de suas asas. Outros espécimes valiosos de pterossaur­os também estavam na instituiçã­o

 ?? Mauro Pimentel / AFP ?? Vista aérea do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, após o incêndio que consumiu o prédio, entre a noite de domingo e a madrugada de ontem; suspeita é que fogo começou após queda de balão ou curto-circuito
Mauro Pimentel / AFP Vista aérea do Museu Nacional, no Rio de Janeiro, após o incêndio que consumiu o prédio, entre a noite de domingo e a madrugada de ontem; suspeita é que fogo começou após queda de balão ou curto-circuito
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