Governo federal reduziu grana de museu pela metade
Recursos para manter o espaço caíram de R$ 1,3 milhão, em 2013, para apenas R$ 643 mil em 2017
Rio de Janeiro e Brasília Os repasses do governo federal ao Museu Nacional, destruído por um incêndio no Rio, caíram praticamente à metade nos últimos cinco anos: de R$ 1,3 milhão, em 2013, para R$ 643 mil, no ano passado.
A queda de quase 50% foi maior do que a do montante destinado pela União a um conjunto de 25 museus sob sua responsabilidade —e que perderam 10% dos recursos.
Os dados foram levantados pela Comissão de Orçamento da Câmara dos Deputados, com base no Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) do governo, e corrigidos pela reportagem com base na inflação do IPCA.
Os recursos recebidos pelo Museu Nacional se referem a repasses da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que recebem verba do Ministério da Educação, e do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), ligado ao Ministério da Cultura, para itens como capacitação de servidores, concessão de bolsas de estudo, reestruturação, expansão e modernização da instituição.
O museu, subordinado à UFRJ, vinha passando por dificuldades geradas pelo corte no orçamento para a sua manutenção. Apresentava sinais visíveis de má conservação, como paredes descascadas e fios elétricos expostos.
De janeiro a agosto deste ano, o governo federal desembolsou R$ 98 mil para o museu, segundo os técnicos da Câmara. No mesmo período de 2013, o pagamento havia sido de R$ 666 mil —ou seja, houve redução de 85%.
A UFRJ, que gere a instituição, reduziu de R$ 709 mil, em 2013, para R$ 166 mil, em 2017, o desembolso com o museu.