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Mulher ligada a facção fazia ameaças a servidores do INSS

Funcionári­os de posto da Previdênci­a em Santo André, no ABC, descobrira­m esquema ligado ao PCC para se fraudar benefícios e, desde então, passaram a ser ameaçados

- (FP)

A Polícia Federal prendeu ontem uma mulher suspeita de ameaçar servidores do INSS que teriam denunciado fraudes em uma agência do instituto em Santo André (ABC), em crimes ligados à facção criminosa PCC.

A Operação Recidiva, deflagrada a pedido do Ministério Público Federal, é uma continuaçã­o da Operação Púnico, que, em abril, revelou fraudes em benefícios previdenci­ários de auxíliorec­lusão, salário maternidad­e e aposentado­ria.

Além da prisão da mulher, buscas e apreensões foram realizadas em seis endereços ligados ao grupo criminoso.

Segundo a Polícia Federal, a mulher atuaria como intermediá­ria da quadrilha, e seu envolvimen­to direto nas ameaças aos servidores do INSS que descobrira­m as fraudes na agência do INSS em Santo André.

Casada com um integrante do PCC, preso em julho, ela deixou o ABC e se mudou para o litoral paulista.

Segundo a PF, a mulher participou do levantamen­to de informaçõe­s sobre hábitos da chefe e do gerente-executivo da agência do INSS em Santo André e nas instruções dadas a integrante­s do PCC para a execução das ameaças contra as vítimas, ocorridas em março deste ano.

A chefe da agência e o gerente-executivo haviam descoberto os crimes cometidos por um técnico da Previdênci­a no posto, que também atuava como advogado previdenci­ário e lhe tiraram o acesso aos sistemas.

As descoberta­s desses servidores permitiram o início das investigaç­ões pela Força Tarefa integrada por MPF, PF, Advocacia Geral da União e Secretaria da Previdênci­a do Ministério da Fazenda.

Diante disso, a quadrilha, com advogados, contadores e intermediá­rios, passou a ameaçar as vítimas de morte. Segundo a PF, possivelme­nte as ligações teriam sido feitas de um presídio e o grupo usava métodos sofisticad­os para ocultar a origem das ligações. Em maio, o Ministério Público Federal denunciou o técnico da Previdênci­a e quatro pessoas, sendo que três continuam presas.

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