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Hospitais de São Paulo ‘duelam’ pela internação do presidenci­ável

- (Isabel Fleck, Joelmir Tavares e Claudia Collucci) (FSP)

O atendiment­o ao presidenci­ável Jair Bolsonaro (PSL) opôs os dois principais hospitais do país, ambos em São Paulo. Desta vez, o Sírio-libanês, conhecido como “hospital dos poderosos”, perdeu a disputa para o rival Albert Einstein.

Bolsonaro foi atendido na Santa Casa da cidade mineira, bem equipada, mas cuja posição periférica fez apoiadores e familiares dele pedirem avaliações externas do grave quadro de saúde.

Enquanto discutiam o que fazer, o cardiologi­sta Roberto Kalil, maior estrela do Sírio, enviou uma equipe de médicos chefiada por Ludhmila Hajjar, que coordena a Unidade de Terapia Intensiva do hospital paulistano.

Kalil havia sido procurado pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio, um dos filhos de Bolsonaro, na chapa que disputa o Senado pelo PSL no Rio. Ele disse que a mulher do candidato, Michelle, queria uma UTI móvel à disposição da família. O presidente interino do partido, Gustavo Bebianno, também procurou Kalil.

O jatinho fretado pelo Sírio pousou por volta das 22h em Juiz de Fora. Os filhos de Bolsonaro agradecera­m a oferta, mas já tinham outros planos.

Kalil é apelidado de o “médico dos presidente­s”, tendo atendido uma miríade de políticos, de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff a José Serra e Michel Temer —Bolsonaro, busca distância da política institucio­nal.

Além disso, pesou a proximidad­e do deputado com comunidade judaica, que é a gestora do Einstein, hospital do Morumbi (zona oeste de SP), que acabou escolhido.

Assim, quando os médicos do Sírio já examinavam Bolsonaro no pós-operatório, desembarco­u em Minas um dos papas da gastroente­rologia brasileira, Antônio Macedo, que trabalha no Einstein. O médico havia sido chamado por Eduardo Bolsonaro, o filho deputado federal do candidato. Ele chegou por volta da meia-noite.

Os dois viajaram ontem cedo num jatinho fretado. A UTI aérea, cujo aluguel para viagem semelhante entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, foi fornecida pela Líder Táxi Aéreo. Ninguém disse como será o pagamento da internação.

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