Leite longa vida sobe 46% nos supermercados
O produto foi o que teve a maior alta no ano, pressionando o orçamento familiar no país, diz pesquisa
O leite longa vida vendido nos supermercados do país registrou alta de 46,27% nos sete primeiros meses do ano em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
O produto é o que mais pesou no bolso do consumidor na cesta com os 35 itens mais comprados nos mercados brasileiros. Só em julho, o leite de caixinha subiu 8,55% em todas as regiões.
Com isso, os valores dos queijos mozarela e prato, derivados do leite, também são pressionados e mostraram forte alta. Os aumentos foram de 14% e 11% no período, respectivamente.
Os itens têm variação bem superior à inflação registrada nos supermercados, que é de 3,43% entre janeiro e julho deste ano, e também está acima do IPCA do período, medido em 2,91%.
Os preços de produção estão altos e acabam chegando aos supermercados. Segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da USP, entre os fatores que influenciaram o aumento está a valorização do leite no campo, como consequência da greve dos caminhoneiros, pois o desabastecimento acirrou a concorrência no mercado de laticínios. “Como estratégia para garantir a captação, muitos laticínios realizaram acordos de curto prazo junto a produtores ainda em junho, os quais sustentaram as altas no campo em agosto”, explica o Cepea em boletim divulgado em agosto referente à produção de julho.
A entressafra no Sudeste e a seca que afeta os pastos da região também são apontados como motivos para a disparada do produto.
Previsão
A previsão, porém, é de queda. Segundo o boletim, os preços do produto no campo devem cair nos próximos meses, pois a demanda está fraca e o mercado não demostra capacidade para “absorver novos aumentos de preços dos derivados”.