Agora

Corrupção incandesce­nte

- Vitor Guedes é jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

Sexta-feira. Feriado da Independên­cia. Poderia ser o dia perfeito para levar o filho mais velho no Museu do Ipiranga. Seria, claro, se o local estivesse funcionand­o. E mais perfeito ainda seria aproveitar o embalo e arrastar o caçula, que prefere Português a História, também ao Museu da Língua Portuguesa. No feriado (sem a avenida do Estado parada como, há décadas, está parado o Estado), Ipiranga à Luz é um pulo. O problema é que o Museu da Língua Portuguesa, outra vítima do descaso, também não está aberto ao público. Fruto do descuido. Uma pena. Nada de carro. O deslocamen­to poderia ser feito de Metrô, que deveria ser gratuito para estudante em feriado e nos finais de semana para incentivar e facilitar o acesso à cultura e ao lazer. O problema não são 20 centavos, mas a falta de política e prioridade do Estado. Desde o Império. Hoje alguém se sente seguro em passear na região do parque Dom Pedro? Sem segurança nem opção cultural, o pai poderia ser tradiciona­l e levar os filhos para curtir um amistoso da seleção brasileira. Afinal estamos no (autointitu­lado) país do futebol e jogos do Brasil não costumam ter briga de torcidas, emboscadas, violência policial, assassinat­os e tudo aquilo que é rotineiro de janeiro a janeiro no Paulistão, no Campeonato Brasileiro. Verdade que em jogo do Brasil também não tem povo porque os ingressos, quando tem jogo por aqui, evento cada vez mais bissexto, são bem caros. Mas o Brasil resolveu jogar lá nos Estados Unidos. Não é de hoje que a seleção da CBF vende os amistosos a empresa estrangeir­a, que marca o que quer, quando quer. Marco Polo Del Nero não pode sair do país para gritar “independên­cia ou morte”. E sucedeu o assecla Marin. Que está preso lá. Isso não é o fim, caboclo. E por falar em Del Nero, voltando ao Brasil, botaram fogo em patrimônio imaterial da humanidade! Queimaram duzentos anos de história. E tem político, que não fica vermelho ao prometer vender o Céu em pregação, prometendo reconstitu­ir o acervo... Deve ter queimado os neurônios! Futebol e arte no Brasil dão samba! Ainda que ninguém mais veja futebol-arte. Esperar o que do país em que o ex-treinador e dublê de “‘pintor” Carlos Alberto Parreira declarou, à vera, que “a CBF é o Brasil que deu certo”?

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