Agora

Sem prefeito, Mauá enfrenta crise nas fiinanças e na saúde

Atila Jacomussi, prefeito eleito pelo PSB, está afastado desde maio por decisão da Justiça

- Elaine granconato

A Prefeitura de Mauá (ABC) enfrenta sua pior crise financeira nos seus 63 anos de fundação. Oficialmen­te, a administra­ção admite um déficit de R$ 29,6 milhões, mas o rombo nas contas pode chegar a R$ 265,4 milhões até o fim do ano, se incluir as dívidas com fornecedor­es, bancos e com a FUABC (Fundação do ABC), entidade responsáve­l pela gestão de diversos serviços de saúde. Neste ano, a cidade pretende arrecadar R$ 1,225 bilhão.

Sem dinheiro, está em situação de calamidade financeira desde 6 de julho.

Com o prefeito Atila Jacomussi (PSB) afastado pela Justiça por denúncias de corrupção e com a vice Alaide Damo (MDB) no comando interino do município desde 15 de maio, a saúde é a área mais afetada e o usuário dependente da rede pública a principal vítima.

A gestão Alaide Damo está à frente do processo de transição da saída da FUABC, que administra o Hospital de Clínicas Doutor Radamés Nardini, o maior da cidade e que possui pronto-socorro para casos de urgência.

O contrato foi celebrado em 2015, ainda no governo do ex-prefeito Donisete Braga (ex-pt, atual Pros), quando a prefeitura deixou de cumprir seus compromiss­os de pagamentos, inclusive com fornecedor­es.

Hoje, segundo a FUABC, a dívida da administra­ção é de R$ 123 milhões por serviços prestados. O que é contestado pela atual gestão. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) será contratada para auditar as prestações de contas e levantar o real montante do débito, segundo a Prefeitura. O Ministério Público Estadual acompanha o caso, a fim de evitar o colapso do sistema público de saúde do município.

Dívidas e números à parte, a população é quem sente na pele o descaso dos agentes públicos. A reportagem circulou por seis equipament­os de saúde na última segunda-feira e encontrou unidades superlotad­as, falta de medicament­os e problemas de infraestru­tura.

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Rivaldo Gomes/folhapress Prédio onde funcionava o restaurant­e popular São João, que foi desativado pela prefeitura por falta de grana para manter o serviço à população; atual gestão disse que trabalha para recuperar as contas

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