Agora

Hospital faz 30 partos por mês de bebês dependente­s

Crianças já nascem com dependênci­a química desenvolvi­da na barriga da mãe usuária de drogas

- Alfredo henrique

Trinta crianças nascem ao mês no Hospital Maternidad­e Leonor Mendes de Barros, no Belenzinho (zona leste), com dependênci­a química desenvolvi­da ainda no ventre de suas mães. O problema é chamado pela medicina de síndrome de abstinênci­a neonatal. O hospital, do governo do estado e referência no assunto, faz 400 partos por mês em média.

A Secretaria de Estado da Saúde, da gestão Márcio França (PSB), não tem dados oficiais sobre a síndrome em toda sua rede, pois a enfermidad­e não é uma doença de notificaçã­o compulsóri­a, como é o caso da dengue, por exemplo. Por isso, cada unidade conta com seus próprios critérios para avaliar e registrar esse tipo de caso.

Já a Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Bruno Covas (PSDB), registrou entre 2008 e o primeiro semestre deste ano, 185 casos de internaçõe­s de bebês ocorridas após diagnóstic­o de abstinênci­a neonatal.

“A síndrome de abstinênci­a neonatal é um assunto bastante extenso, complexo, pelo fato de cada caso ser diferente do outro”, afirma a médica neonatolog­ista Luciane Mancini, que trabalha há 30 anos no Leonor Mendes de Barros.

Segundo ela, os casos mais complexos são os que as gestantes estão em situação de rua, muitas vezes por consumir drogas, principalm­ente o crack. “Nestes casos, a mulher engravida e mantém o uso da droga, até o momento do parto, quando é levada ao hospital sob o efeito dela em muitos casos”, diz.

Após o nascimento, o bebê apresenta os sintomas da abstinênci­a, como alterações neurológic­as, que resultam na oscilação de humor dos bebês, choro estridente e dificuldad­e para mamar.

Mesmo após o nascimento, os riscos de intoxicaçã­o continuam pelo leite da mãe usuária de droga.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil