Imagem de Jair Bolsonaro internado divide campanha
Políticos postam fotos e vídeos do capitão na UTI; tática divide a campanha e coloca a saúde dele em risco
O entra e sai na UTI do hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde está internado Jair Bolsonaro (PSL), evidencia a tentativa de aliados de gerar dividendos políticos a partir da facada sofrida por ele na quinta-feira.
O movimento, no entanto, tem gerando divisão no círculo próximo do paciente.
O senador Magno Malta (PR-ES), que chegou a ser cotado para vice dele, vem se destacando com atitudes que têm sido reprovadas por outros aliados do capitão reformado. Na sexta-feira, Malta gravou vídeo dentro da UTI ao lado de Bolsonaro e publicou nas redes sociais. O candidato fez agradecimentos com dificuldades.
O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, entrou na UTI com Malta e fez vídeos rezando por Bolsonaro, que, deitado, mexendo apenas os olhos, fala em “milagre”.
Ontem, Malta publicou nas redes sociais uma imagem da cicatriz de Bolsonaro após a operação, na qual mostra um grande corte, cheio de pontos e também um dreno no local da facada.
O senador passou a ser criticado por seus seguidores, sob argumento de que a foto era invasiva, apelativa ou desnecessária. Segundo ele, a intenção seria mostrar que não há invenção e que o ataque foi real. “Isso é mentira, canalhas? Força, meu irmão!!! Deus, o Brasil com você”, escreveu Malta.
Tamanho acesso a Bolsonaro incomodou a equipe médica e a família, que se preocupam com a possibilidade de infecção e pensam na necessidade de repouso.
No sábado, o hospital divulgou boletim em que reforçava a instrução para que a UTI seja frequentada apenas pela esposa, Michelle, e pelos filhos. Eduardo, deputado federal, e Flavio, candidato ao Senado, fizeram pronunciamentos públicos pedindo a compreensão de quem desejava visitar o pai.
O único autorizado desde então a entrar na UTI além da família foi o advogado de Bolsonaro e presidente do PSL, Gustavo Bebianno.
Procurado, o hospital não se manifestou.