Candidatos defendem fim do ódio político em debate
Bolsonaro, internado, não foi, assim como Lula, que está preso; Cabo Daciolo avisou antes que não iria
Em debate esvaziado ontem, candidatos a presidente pregaram o fim do ódio e da violência na política e voltaram a trocar farpas entre si.
Sem a presença de Bolsonaro (PSL) nem de candidato do PT, o evento, realizado pela TV Gazeta, o jornal Estado de S.paulo e a rádio Jovem Pan, também não contou com Cabo Daciolo (Patri), que disse que estaria jejuando no Monte das Oliveiras.
Geraldo Alckmin (PSDB) mirou suas críticas no PT e procurou associar Marina Silva (Rede) ao partido. Ela foi ministra de Lula. “Ela teve 20 anos no PT. Em 2006 tivemos o mensalão e ela não saiu do PT. Só saiu em 2008.”
Marina afirmou que “PT e PSDB passaram a ser faces da mesma moeda, apesar de aparentemente fazerem a polarização”. O tucano, por sua vez, foi alvo preferencial de Henrique Meirelles (MDB).
“O senhor prega a pacificação. No entanto, quando o candidato Jair Bolsonaro ainda estava na sala de cirurgia, seu programa de televisão o atacava fortemente”, afirmou Meirelles.
Ao mencionar que um candidato está preso e outro no hospital, Marina disse que “é um momento difícil”. “O Brasil precisa pensar. A violência política e física de fato não nos levará alugar nenhum. Sem educação não vamos a lugar nenhum.”
Sem citar nominalmente Lula, Alvaro Dias (Podemos) afirmou que “partidos políticos advogam o desrespeito à lei” e que “lideranças insuflam o ódio e a raiva”.
Ciro Gomes (PDT) concordou com a sua colocação. “Precisamos banir o ódio que se desdobrou em violência e substituir a confrontação odienta pelo debate de ideias”, afirmou ele.
O presidenciável Guilherme Boulos (PSOL) rebateu argumento levantado por analistas e candidatos ao longo da campanha, ao dizer que a esquerda fomentou a polarização nacional com o discurso do nós contra eles. “Querer achar o pai da polarização sem entender a sociedade brasileira é hipocrisia. Vamos resolver polarização não apenas com palavras, mas enfrentando o abismo social, as desigualdades e o sistema de privilégios”, afirmou.
“Quando a intolerância substitui argumento é inadmissível”, afirmou mencionando, além da facada em Bolsonaro, a morte de Marielle (PSOL) e os tiros contra a caravana de Lula.