Clube vota impeachment do presidente Peres
O mandatário do conselho deliberativo do Santos, Marcelo Teixeira, pediu a palavra para se dirigir a José Carlos Peres e o anunciou como o “ainda” presidente do comitê de gestão. A gafe não chamou a atenção porque se existe uma esperança para Peres continuar no cargo, esta é Teixeira.
Hoje, o conselho deliberativo vota o impeachment do chefe do executivo. São necessários dois terços dos votos para aprovação.
Caso isso aconteça, será convocada assembleia de sócios. Se estes decidirem, por maioria simples, que Peres merece o impeachment, ele terá de deixar o cargo.
O cartola tenta barrar o processo na Justiça. Ele já obteve uma liminar, derrubada semanas depois. Alega que não teve tempo para se defender. Seu advogado cometeu um erro e entrou com ação contra a comissão de inquérito e sindicância. O correto seria o presidente do conselho deliberativo.
Peres é acusado de ser sócio de empresas de agenciamento de jogadores ao mesmo tempo em que era presidente do clube, algo proibido pelo estatuto social.
Ele afirma que as empresas jamais atuaram no mercado, não emitiram notas e existiam apenas no papel. As companhias foram encerradas neste ano.
A oposição busca explicações também sobre a negociação para a contratação do zagueiro equatoriano Jackson Porozo, 17. O Santos prometeu repassar 30% do lucro de uma venda futura para a Hi Talent, empresa que não fez qualquer investimento na negociação e que já teve como um dos cotistas Ricardo Crivelli, ex-sócio de Peres e contratado por ele para ser coordenador das categorias de base.
Apelidado de Lica, ele está afastado do cargo, acusado de abuso sexual. Crivelli nega ter cometido o crime e o caso é investigado pela polícia.
Outra reclamação contra Peres é que ele não escuta o conselho gestor e quer tomar as decisões sozinho por ter sido o eleito. Apesar da reação do time em campo, ele consultou integrantes do comitê sobre a possibilidade de trocar o técnico Cuca pelo colombiano Juan Carlos Osorio. Mas ninguém aceitou.