Candidatos rompem trégua a Bolsonaro após atentado
Mais crítico, Ciro Gomes disse que candidato representa um “risco muito grave” ao Brasil
O cessar-fogo ao candidato do PSL ao Planalto, Jair Bolsonaro, foi rompido ontem, quatro dias após o atentado com faca contra o deputado federal, pelos adversários Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB).
Enquanto Ciro disse, em comício em Mauá (SP), que Bolsonaro “representa um risco muito grave para a nação brasileira”, Meirelles afirmou que o capitão reformado “vai ter que aprender a respeitar mulher, sim”.
Desde que o candidato do PSL foi gravemente ferido durante um evento de campanha em Juiz de Fora, seus opositores vinham contendo as críticas a Bolsonaro.
O tucano Geraldo Alckmin, por exemplo, suspendeu no fim de semana os ataques na propaganda eleitoral e substituiu por uma propaganda em que se apresenta como o candidato da “pacificação”.
Ontem, Ciro disse que o ataque a faca contra Bolsonaro foi um crime “absolutamente intolerável”, mas que é preciso identificar o que é “sentimento cristão de solidariedade” e o que é “decisão do futuro do país”.
“Ele representa um pensamento de uma revolta muito zangada, muito extremista, muito radical, e o Brasil, a maioria do nosso povo, quer uma solução equilibrada que encerre essa confrontação miúda que está empurrando o país para trás”, afirmou.
Alckmin, por sua vez, voltou a dizer, em visita a Santos, que o próximo presidente não pode ser mais um problema para o Brasil. “Precisamos de equilíbrio, diálogo e união nacional para fazermos reformas inadiáveis”, afirmou.
A candidata da Rede, Marina Silva, voltou a criticar o discurso do uso da violência, mas sem citar Bolsonaro.
“A melhor forma de se sentir seguro é não incitando o ódio. Eu prefiro sofrer uma injustiça do que praticar uma injustiça. E é por isso que sou tão bem recebida, mesmo por aqueles que não votam em mim”, afirmou.