Haddad é quem mesmo?
Como quase todo mundo já sabia que ia acontecer, o PT oficializou Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, como seu candidato ao Palácio do Planalto.
Só quem ainda estava muito por fora poderia imaginar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, seria o nome do partido.
Mas, mesmo sabendo que acabaria barrado pela Lei da Ficha Limpa, o líder petista insistiu por meses nessa conversa. Até que não deu mais.
Haddad tem experiência de governo. Além de prefeito da maior cidade do país, foi ministro da Educação. Só que isso interessa muito pouco na campanha.
A mensagem importante é outra: “Haddad é Lula”, diz sua propaganda. A enorme popularidade de seu padrinho é o ponto forte do candidato.
Mas essa associação também traz problemas para o escolhido. Ele fica visto como alguém sem brilho próprio, um poste, como se diz. Para piorar, existe a lembrança da gestão desastrada de Dilma Rousseff, outra criação de Lula.
É perigoso ainda levar o eleitorado a acreditar que o bom momento do país na década passada vai voltar. Os tempos são outros: o governo está sem grana, e a economia internacional não está ajudando o Brasil como antes.
Com Haddad tão preocupado em se associar ao ex-presidente, vai sobrar pouco tempo para explicar direito o que pretende fazer no Planalto.
Como ele tem chances concretas na disputa, deveria preparar a população para medidas duras, que provavelmente serão necessárias. Sem isso, corre o risco de virar outra enganação eleitoral. Grupo Folha