Sete em cada dez médicos são agredidos
Familiares são a maioria dos agressores, diz pesquisa. A demora para o atendimento do paciente é a principal motivação à violência, seguida de discordância do que foi atestado
No estado de São Paulo, sete em cada dez médicos já sofreram algum tipo de violência no trabalho. Do total de 509 profissionais entrevistados entre os dias 29 de agosto e 3 de setembro, 71,12% relataram que sofreram algum tipo de agressão, de acordo com dados coletados pela APM (Associação Paulista de Medicina), por meio do Survey Monkey.
Entre a minoria que nega ter passado por situação semelhante, 57,82% têm colegas que já foram agredidos.
Para a Associação, a mostra reforça uma percepção crescente: os médicos sentemse, cada vez mais, inseguros. Outro indicador: somente 53,78% dos pesquisados dizem que há equipes de segurança onde atuam.
A Associação diz ainda que esse quadro é em boa parte reflexo da ineficácia dos sistemas de saúde, seja no âmbito público ou no privado.
“Nós, médicos, somos vistos como responsáveis pelo atendimento, nos serviços de saúde, em todas as suas dimensões. E eticamente assumimos essa responsabilidade”, diz José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM.
A demora para o atendimento ao paciente é a principal motivação da violência (32,9%). Discordar do atestado vêm na sequência (21,29%). A violência não parte apenas dos pacientes. Familiares são os principais agressores: 50,42%.
Saúde pública
Segundo os dados divulgados pela Associação Paulista de Medicina, 70,87% das agressões ocorrem em serviços ligados ao estado (41,46% em hospitais e 29,41% em postos de saúde). Por outro lado, 22,41% dos episódios foram registrados em hospitais privados e outros 6,72% em consultórios particulares.