Doria promete segurança, mas cortou gastos na área
Policiamento tem 15% de queda na verba na capital; candidato promete padrão Rota nas ruas
O ex-prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) tem apostado na segurança como uma das bandeiras em sua campanha ao governo estadual, ressuscitando o estilo “Rota na rua” do ex-deputado Paulo Maluf (PP).
A promessa inclui aumento de orçamento para segurança e nos salários dos policiais, criação de batalhões e departamentos de polícia, além de carros parcialmente blindados e com câmeras.
O discurso de Doria candidato a governador destoa do que retrospecto dele como prefeito. Na capital, o tucano reduziu os gastos com policiamento e teve como bandeira mais ruidosa a tentativa, barrada pela Justiça, de mudar o nome da GCM (Guarda Civil Metropolitana) para Polícia Municipal.
As despesas com policiamento na capital caíram 15% no primeiro ano de Doria, passando de R$ 109,9 milhões, em 2016, a R$ 93,6 milhões, em 2017, em valores corrigidos. Os investimentos na GCM para comprar novos equipamentos e melhoria da estrutura foram os menores em 15 anos, caindo pela metade. Passaram de R$ 2,3 milhões, em 2016, para R$ 991 mil.
Doria cita problemas financeiros deixados pela gestão Fernando Haddad (PT) para justificar a queda. Porém, isso não impediu que ele aumentasse gastos em publicidade.
Em 2017, houve alta de 7% nos gastos com propaganda —cerca de R$ 65 milhões, em 2016, para R$ 70 milhões. No ano seguinte, às vésperas das eleições, a prefeitura dobraria os gastos, chegando a 73,8 milhões em apenas seis meses.
Enquanto isso, a corporação enfrenta problemas de estrutura, diz Clóvis Pereira, presidente do Sindiguardas de São Paulo. A ponto de se adiar o ingresso de guardas por falta de uniformes, exemplifica ele.
Até o momento a gestão tucana aumentou o efetivo da GCM em 256 guardas se comparado com 2016. O efetivo de 6.065 pessoas, porém, é menor do que foi no passado recente —em 2014 era de 6.350.