Haddad é ignorado por petistas
Em seminário internacional promovido pela Fundação Perseu Abramo, centro de estudos do PT, o candidato do partido à Presidência, Fernando Haddad, foi virtualmente ignorado.
Em discurso de 10 minutos na abertura do seminário “Ameaças à democracia” a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não citou nem uma única vez Haddad, que substituiu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na chapa do partido nesta terça-feira.
“Lutamos até o último minuto para que nossa suprema corte revisse esse processo injusto [que impediu Lula de concorrer], mas não conseguimos”, disse Gleisi. “Tanto o Lula quando o PT avaliaram que iríamos substituir a candidatura de Lula e concorrer às eleições”, disse ela, sem se referir à candidatura de Haddad, que estava em campanha no Rio.
A presidente da legenda afirmou que o fato de Lula não participar das eleições já desestabiliza o processo porque, segundo ela, uma parcela grande da população não poderá exercer livremente seu direito de voto.
A filósofa Marilena Chauí, uma das fundadoras do PT, citou Haddad apenas de forma indireta e, mesmo assim, para criticá-lo.
Falando sobre os acontecimentos que desencadearam as manifestações de 2013, Marilena lembrou de uma reunião de que participou com “o prefeito” (que era Haddad na época) e membros do Movimento Passe Livre, que pedia redução das tarifas de ônibus.
Na reunião, segundo ela, houve uma decisão de não se elevar a tarifa de ônibus.
Mas o secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto resolveu aumentar as tarifas mesmo assim, disse.
O seminário, organizado pelo ex-ministro de Relações Exteriores Celso Amorim (2003-2010), reuniu ex-líderes mundiais como o expremiê francês Dominique Villepin, o ex-primeiro-ministro italiano Massimo D’alema e o ex-primeiro ministro espanhol José Luis Rodriguez Zapatero, além do linguista americano de esquerda Noam Chomsky.