Obra de CEU parada em 2015 leva insegurança ao Tatuapé
Construção, feita em terreno de parque, está abandonada. Ladrões virou rota de fuga de ladrões
A paralisação das obras do CEU (Centro Educacional Unificado) Carrão, no Tatuapé (zona leste), trouxe insegurança para os moradores da região. Com o abandono, a população que frequentava o local para usar o Parque Sampaio Moreira, que abriga o terreno do futuro CEU, viu o número de roubos na região aumentar. A construção começou em 2015, ainda na gestão Fernando Haddad (PT), e parou no mesmo ano.
De acordo com moradores e comerciantes da região, os bandidos não têm hora definida para agir. “A segurança piorou muito depois do fechamento do parque. Passa menos polícia. Dois anos atrás um bandido entrou na minha loja, rendeu as funcionárias e levou o dinheiro do caixa”, diz o comerciante José Américo Figueiredo, 35.
Os vizinhos dizem que os bandidos usam o fato de parte do terreno do parque estar fechada para cometer assaltos na rua Monte Serrat, onde ficaria a entrada do CEU, pular o muro e fugir pela obra. “Depois das 20h, não dá para passar por aqui, é muito escuro. Um cara me abordou armado, roubou meu celular e fugiu por dentro do parque. É uma vergonha”, diz o autônomo Cícero Rodrigues de Assis, 60 anos.
O CEU Carrão deveria ter ficado pronto em dezembro de 2016. Como consequência da construção, o parque foi fechado naquele ano, inclusive a área onde ficam dois campos de futebol, uma pista de cooper e alguns equipamentos de ginástica. Neste ano, os vizinhos se mobilizaram e conseguiram a reabertura do local onde ficam os campos.
O local da obra, no entanto, continua fechado. Lá, ficaram materiais de construção, como tijolos, piso tátil e folhas de zinco, que de acordo com moradores são roubados. Há ainda sujeira e mato alto no local.
Outro problema é a piscina do parque, fechada desde o início das obras. Com isso, é comum o acúmulo de água parada, causando infestações de mosquitos. “No calor, tenho que trabalhar com um inseticida na mão, espirrando toda hora. A gente tem medo de dengue”, afirma a comerciante Marina de Oliveira, 35 anos.