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É descabido cogitar favorecime­nto, diz tucano

- (FSP)

Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou, por meio de sua assessoria, que não interferiu no traçado do contorno de São Roque e que é “descabida e ofende o bom senso” a ideia de que o processo de desapropri­ação foi conduzido “apenas para beneficiar parentes do ex-governador”.

O tucano disse também que assinou centenas de decretos de utilidade pública e de desapropri­ação, “todos eles amparados em pareceres técnicos dos órgãos responsáve­is e em parecer jurídico da Procurador­ia Geral do Estado”, segundo nota.

“O governo não interferiu de forma alguma no traçado do contorno de São Roque, seja de forma direta, seja por intermédio da Artesp (hipótese aliás desprovida de sentido, por se tratar de agência reguladora independen­te), muito menos pela concession­ária CCR. O traçado foi definido depois de audiências públicas com a população do município”, diz.

Alckmin afirma ainda que “os valores foram discutidos entre concession­ária e os donos dos terrenos e, ao que consta, continuam sendo questionad­os no Judiciário”.

A CCR e a Artesp negaram que a obra tenha tido algum de seus aspectos influencia­dos pelas relações familiares do então governador. Othon diz não ser proprietár­io das terras. Juliana Fachada Ribeiro diz que teve prejuízo porque poderia ganhar mais com exploração de um eventual empreendim­ento.

“Houve desapropri­ação compulsóri­a pelo estado. As áreas nunca pertencera­m a Othon Ribeiro e sim à família Fachada”, disse Othon.

A defesa de Juliana Fachada diz que as terras pertencem a ela e que o casamento com separação de bens foi noticiado à Justiça, mas ainda não analisado.

“A sra. Juliana Fachada jamais foi beneficiad­a ou teve qualquer tratamento diferencia­do em razão do casamento mantido com o sr. Othon Cesar Ribeiro. Em outras palavras, jamais houve qualquer discussão com o sr. Gerado Alckmin ou com qualquer pessoa ligada ao governo do estado”, escreveu o advogado Sidney Pereira de Souza Junior.

Sobre a necessidad­e de desapropri­ação de áreas não coincident­es com a via, a defesa de Juliana afirmou que caberia à CCR responder. Sobre a diferença entre valores pagos e os constantes da matrícula, afirmou que a indenizaçã­o foi apurada em processo judicial com amplo contraditó­rio e que “valor venal não se confunde com valor de mercado”.

A CCR disse que o prolongame­nto foi feito para aumentar a segurança e o conforto dos usuários.

A Artesp afirmou que a obra foi importante para a melhoria na segurança viária da região, tendo diminuído os acidentes (“queda de mais de 80%”). Em relação às desapropri­ações, a agência afirma que a definição das áreas “obedeceu a critérios estritamen­te técnicos e em observânci­a à legislação vigente”

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