Competição fica sem TV aberta
Depois de fracassar na Copa, atacante brasileiro tenta se reerguer colocando seu time no mapa
Neymar não se tornou o jogador mais caro do futebol mundial apenas para ser campeão francês. A família real do Qatar, dona do Paris Saint-germain, desembolsou 222 milhões de euros (R$ 910 milhões em valores atuais) em 2017 pelo atacante para ele dar ao time o título da Liga dos Campeões.
Não alcançado na temporada passada, esse objetivo voltará a ser buscado a partir de hoje, às 16h (de Brasília). O atleta de 26 anos dará início à disputa tentando mostrar que o altíssimo investimento fez sentido.
Por ter falhado na tarefa na última temporada e pela Copa ruim que fez na Rússia, o brasileiro não conseguiu ser finalista do prêmio do melhor do mundo. Seu rival no estádio de Anfield, sim. O egípcio Mohamed Salah é o astro do Liverpool, que enfrenta o PSG na rodada de abertura do torneio.
Preocupação
A briga do clube francês, por enquanto, não é pelos títulos. É para não ser punido pela Uefa. Amanhã, a entidade que controla o futebol europeu vai começar a discutir se o time deve ser punido por desrespeitar o “fair play financeiro”.
A regra diz que um clube incluído em competições continentais não pode ter dívidas com atletas ou outras agremiações. Mais do que isso: não pode gastar mais dinheiro do que arrecada.
A contratação de Neymar é uma das investigadas, junto com a do atacante francês Kylian Mbappé por 180 milhões de euros (R$ 738 milhões). A questão é fazer parecer que o clube pode se manter com as próprias pernas, sem depender dos recursos da Autoridade de Investimento do Qatar.
Ganhar a Liga dos Campeões pode ajudar na questão, embora não seja por isso que o time sonhe vencê-la. Em premiações para as equipes da fase de grupos, a Uefa vai distribuir 1,3 bilhão de euros (R$ 6,3 bilhões). O campeão deve levar entre 54 milhões e 57 milhões de euros (R$ 263 milhões a R$ 277,6 milhões).
A Liga das Campeões não terá transmissão em televisão aberta no Brasil pela primeira vez na década.
Na última concorrência pelos direitos, a TV Globo, emissora que mostrava a competição desde a temporada 2009/2010, desistiu do processo, abrindo caminho para que os direitos fossem adquiridos pelo Facebook e pelo Grupo Turner.
A decisão da Globo se deu em razão do aumento de gastos da emissora para manter os direitos do Campeonato Brasileiro e da Taça Libertadores.