Disputa ao Planalto invade debate do governo de SP
Candidatos foram confrontados sobre presidenciáveis e nacionalizaram a disputa estadual
Temas da disputa ao Planalto invadiram o debate com os candidatos ao governo de São Paulo promovido pela Folha de S.paulo em parceria com o UOL e o SBT, na noite de ontem. Nos três blocos, postulantes ao cargo foram confrontados por adversários e jornalistas sobre declarações e propostas dos presidenciáveis de seus partidos ou coligações.
Primeiro nas pesquisas de intenção de voto ao Planalto, Jair Bolsonaro (PSL) também esteve presente em vários momentos do debate ao governo paulista, em perguntas sobre segurança e mulheres.
Respondendo a uma pergunta da candidata do PSOL, Professora Lisete, sobre um projeto de lei proposto por Bolsonaro para que o SUS (Sistema Único de Saúde) não seja mais obrigado a atender vítimas de violência sexual, o candidato do PT, Luiz Marinho, elogiou o “bonito movimento Ele Não”, de mulheres contrárias ao deputado federal, e disse que evitaria “até mencionar o nome” do presidenciável.
“Ele é um parlamentar há quase 30 anos e aprovou três projetos”, disse o petista, acrescentando, no entanto, que a baixa quantidade de projetos de Bolsonaro talvez tenha sido, na verdade, positiva. “Com o que ele pensa, imagina [o que aconteceria] se ele aprovasse mais leis.”
O tucano João Doria, por sua vez, aproveitou uma pergunta ao candidato Rodrigo Tavares, do PRTB, partido da coligação de Bolsonaro, sobre segurança pública para destacar as suas propostas. “Temos uma proposta bastante dura para a segurança pública no estado de São Paulo. Vamos colocar a polícia nas ruas, implementar um novo padrão para a polícia militar e a polícia civil, melhorar as condições salariais dos policiais”, disse.
Tavares foi confrontado com declarações do candidato a vice de Bolsonaro, o general da reserva Hamilton Mourão, de que famílias pobres “sem pai e avô, mas com mãe e avó” são “fábricas de desajustados” que fornecem mão de obra ao narcotráfico. Segundo o candidato do PRTB, a frase de Mourão “foi pinçada de um contexto maior”. “O contexto era as favelas do Rio onde, de fato, a força policial chegou e expulsou os bandidos e não houve, naquele momento, uma aproximação do Estado. E as mulheres que ali estão estão carentes dessa proteção do Estado.”