Agora

O apelo de FHC

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Muito antes do início da campanha, muita gente no mundo político já desconfiav­a das chances da candidatur­a presidenci­al de Geraldo Alckmin. E isso não era apenas porque o tucano ganhou o apelido de “picolé de chuchu” por ser um tanto sem graça.

Ele vinha mal nas pesquisas desde o ano passado, e no seu próprio partido havia quem procurasse outros nomes, como Luciano Huck, apresentad­or de TV, e João Doria, na época prefeito de São Paulo.

Também estava claro que o PSDB não era mais a escolha natural dos eleitores antipetist­as. O partido queimou seu filme ao participar do governo Michel Temer (MDB) e, pior ainda, quando deixou barato para o senador Aécio Neves (MG), flagrado a pedir R$ 2 milhões a um empresário sob suspeita.

Apesar de tudo, Alckmin conseguiu o posto de candidato à Presidênci­a, porque os concorrent­es não mostraram muita consistênc­ia. Na disputa pelo voto, porém, continua empacado, faltando pouco mais de duas semanas para o primeiro turno.

Dá para entender, portanto, o apelo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, também tucano, por uma união das candidatur­as mais moderadas. Mas é bom não apostar nisso.

Há, de fato, motivos para preocupaçõ­es. As pesquisas, no momento, apontam um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os dois com taxas altas de rejeição.

Pode ser até que os eleitores mudem seu voto na tentativa de evitar a vitória de um ou de outro. Mas é difícil imaginar que vão fazer isso por orientação de caciques e partidos. Grupo Folha

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