Polícia Federal prende em Foz acusado de terrorismo
Libanês de 51 anos é apontado pelo governo dos EUA como financiador do grupo islâmico Hizbullah
Curitiba A Polícia Federal prendeu ontem um homem que o governo americano acusa de ser um dos principais financiadores do grupo islâmico libanês Hizbullah, considerado uma entidade terrorista por EUA, por Israel e pela União Europeia.
O comerciante Assad Ahmad Barakat, 51 anos, foi detido em Foz do Iguaçu, no Paraná, após autorização do Supremo Tribunal Federal. A prisão foi decretada pela justiça paraguaia, pelo crime de falsidade ideológica.
Em 2004, autoridades americanas afirmaram que Barakat era um dos “mais proeminentes e influentes membros” do Hizbullah e teria atuado como tesoureiro do grupo —o que ele nega.
Segundo o governo americano, Barakat usava suas empresas de importação e exportação de eletrônicos na Tríplice Fronteira para enviar dinheiro ao Hizbullah no Líbano e na Síria. Comerciantes da região ainda teriam sido extorquidos por ele para contribuir com o grupo.
Preso e investigado pela Justiça paraguaia em 2002, Barakat foi condenado por sonegação fiscal e associação criminosa, mas sua suposta conexão com o terrorismo não foi comprovada.
O Ministério Público do Paraguai informou, na época, ter encontrado pôsteres do Hizbullah em sua loja, além de vídeos que mostravam marchas militares e atentados com bombas em várias partes do mundo —o que equivaleria a uma espécie de “curso de formação de homens-bomba”, segundo os procuradores.
Cinco anos atrás, a Polícia Federal brasileira chegou a levantar informações sobre membros de sua família por suspeita de terrorismo, mas acabou não abrindo inquérito por “falta de elementos”.
O Itamaraty sempre negou a existência de células terroristas na Tríplice Fronteira.
Barakat foi detido preventivamente nesta sexta e deve ser deportado para o Paraguai, a pedido da Justiça.
A reportagem entrou em contato com a defesa do libanês, mas os advogados ainda não tinham informações sobre o novo mandado de prisão.