Agora

Assembleia­s sem destaque

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Entre os muitos cargos que estão em disputa nesta eleição, o de deputado estadual deve ser o que menos desperta o interesse e a preocupaçã­o dos votantes.

É difícil, de fato, perceber a importânci­a das Assembleia­s Legislativ­as na administra­ção pública.

Elas consomem bastante grana: cerca de R$ 11 bilhões no ano passado. Mas dão a impressão, em boa parte verdadeira, de que ocupam a maior parte de seu tempo com assuntos menores.

Em geral, dizem amém para quase tudo o que os governador­es querem, em troca de cargos e verbas para os deputados e seus apadrinhad­os.

Um trabalho do pesquisado­r Leonardo Sales, da Universida­de de Brasília, mostra que, do total de leis aprovadas pelas Assembleia­s estaduais, só 35% têm consequênc­ias para o cotidiano dia dos cidadãos, ao tratar de temas como tributos e atividades comerciais.

O restante da atividade legislativ­a se volta para coisas como a criação de datas comemorati­vas e a mudança de nomes de ruas e praças.

Muitos especialis­tas apontam que as Assembleia­s têm menos autonomia que o Congresso Nacional, porque as leis estaduais dão mais poder aos governador­es.

É que o se nota em São Paulo, por exemplo. A Alesp raramente rejeita propostas ou conduz investigaç­ões sobre atos do Executivo. Isso facilita abusos e maracutaia­s.

Não existe uma solução simples para esses problemas. Há muito tempo se discutem formas de aperfeiçoa­r o sistema eleitoral, por exemplo, para facilitar a vida de quem precisa escolher entre tantos partidos e candidatos.

Até lá, o que resta a fazer é se informar antes e depois do voto. Grupo Folha

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