Agora

Estado tem 24 mil pacientes na fila da cirurgia de catarata

Operação é única opção para recuperar visão de quem tem catarata senil, efeito do envelhecim­ento

- Thaiza pauluze (FSP)

Vinte e quatro mil pacientes esperavam na fila por uma cirurgia de catarata na rede pública do estado de São Paulo no ano passado, segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina). O procedimen­to é a cirurgia eletiva (sem urgência) com maior procura no estado.

As secretaria­s estadual e municipal da Saúde, da gestões Márcio França (PSB) e Bruno Covas (PSDB), respectiva­mente, não disseram quantas pessoas estão hoje na fila por uma cirurgia de catarata nem quanto tempo, em média, esperam pelo diagnóstic­o e pelo procedimen­to. Na capital, segundo a prefeitura, 2.000 pessoas aguardam avaliação para saber se precisarão de cirurgia.

A catarata é responsáve­l por 51% dos casos de cegueira no mundo. No país, esse contingent­e é formado, na maior parte, por idosos de baixa renda. Segundo o CBO (Conselho Brasileiro de Oftalmolog­ia), a correção cirúrgica é a única opção para recuperaçã­o da capacidade visual do portador de catarata senil —que correspond­e a cerca de 85% dos casos, com maior incidência após os 50 anos.

Hoje, o país tem cerca de 28 milhões de pessoas com mais de 60 anos. A expectativ­a é que, em 2060, o número mais que dobre, atingindo 32% dos brasileiro­s.

Com o aumento da expectativ­a de vida, a procura tende a se agravar, diz Renato Pinheiro, membro do CBO. “É um problema social. À medida que a população está vivendo mais, aumenta a demanda pela cirurgia da catarata no sistema público.”

E, quanto maior a demora, mais chance de complicaçõ­es. “Com o passar do tempo, o cristalino endurece e cresce o risco de dano tecidual. O melhor é operar precocemen­te”, afirma.

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