Governo quer congelar obras do Rodoanel por 18 meses
Construção do trecho norte, no valor de R$ 10 bilhões, já está atrasada. Empresas estão em grave crise
O Governo do Estado de São Paulo, gestão Márcio França (PSB), quer paralisar por um ano e meio as já atrasadas obras do trecho norte do Rodoanel, com custo de quase R$ 10 bilhões. A obra é o maior projeto de infraestrutura no estado e a última parte do anel viário do entorno da Grande SP.
A informação sobre o plano de congelamento consta de ata de uma reunião com empreiteiras promovida em agosto pela Dersa, empresa do governo paulista responsável por obras viárias.
A suspensão dos trabalhos, ainda sem data definida, ocorreria em três dos seis lotes do empreendimento, nos de números 1, 2 e 3, mais próximos ao trecho oeste do Rodoanel, que já funciona. O lote 1 é de responsabilidade do consórcio Mendes Júnior/ Isolux Corsan e os lotes 2 e 3 são tocados pela OAS.
A ata da reunião não aponta o motivo para a paralisação. Indagada pela reportagem, a Dersa também não explicou.
As duas construtoras desses lotes sofreram forte revés desde que passaram a ser investigadas na Lava Jato. Tanto a Mendes Júnior quanto a OAS estão em recuperação judicial e foram declaradas inidôneas (sem boa fama) pela União, o que as proíbe de assinar novos contratos com a administração federal e dificulta tentativas para obter de empréstimos.
Hoje, a Dersa prevê a conclusão da obra até o fim de 2019, mas, caso essa suspensão ocorra, a estrada ficaria apenas para 2021. A promessa inicial era 2014.
A Dersa já estuda também oferecer a continuação da obra para a empresa que recentemente ganhou a licitação para operar a estrada quando ela estiver pronta.
Além disso, resolveu uma série de pontos críticos da construção. Essas intervenções beiram os R$ 50 milhões, segundo os projetistas. Relatórios técnicos dizem que, se nenhuma ação fosse tomada, havia o risco de colapso de túneis e a queda de uma torre de transmissão.
Os lotes 1 e 3 são os que mais preocupam, já que têm obras mais atrasadas. Lote