Ladrão reconhece e mata policial civil na zona leste
Vítima foi abordada quando comprava ração para cadelinha que fica na delegacia onde trabalhava
O policial civil Salvador Gonçalves Neto, 53 anos, foi assassinato anteontem à noite quando comprava ração para a cadela Neguinha, que fica na delegacia onde trabalhava, o 53º Distrito Policial (Parque São Rafael), na zona leste de São Paulo.
O investigador foi reconhecido por um dos suspeitos, de 18 anos, velho conhecido dos policiais do distrito, com 17 passagens de roubo em seu currículo. O policial foi atingido por dois tiros, um na cabeça e outro no peito.
O crime ocorreu por volta das 20h, quando Neto tinha acabado de fazer o plantão na delegacia. A última tarefa do dia foi conduzir uma presa até o 89º DP (Portal do Morumbi), zona oeste.
Depois de retornar e encerrar o expediente, o policial resolveu passar em um pet shop perto do DP para comprar ração para Neguinha, uma vira-lata.
Na saída do comércio, o suspeito de 18 anos e outros dois, de 19 e 17 anos, tentaram roubar o carro do policial, um Space Cross. O jovem de 18 anos reconheceu Neto e realizou os disparos.
O trio fugiu sem levar o carro. Imagens de câmeras de segurança mostram parte da ação. O policial foi levado para o Hospital Estadual de Sapopemba, mas não resistiu aos ferimentos.
Suspeitos localizados
Policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) e do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) localizaram os três jovens acusados, pouco tempo depois do crime.
Os adultos foram indiciados por latrocínio (roubo seguido de morte) e corrupção de menores. O adolescente foi apreendido por ato infracional de latrocínio.
Ontem, em audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, as prisões dos adultos foram mantidas pela Justiça, assim como a apreensão do adolescente.
O investigador Neto trabalhava na Polícia Civil havia 30 anos. No 53º DP, atuava havia sete anos.