Agora

Com briga na Justiça, voto de impeachmen­t vive impasse

Com uso de liminares, conselheir­os tentam impedir a sessão que vai decidir futuro do presidente santista

- Alex sabino diego garcia (FSP)

Horas antes do início da assembleia, marcada para a manhã do próximo sábado, o sócio do Santos pode não saber se vai votar ou não no impeachmen­t do presidente José Carlos Peres.

Um conselheir­o da situação conseguiu na Justiça liminar para barrar o processo de impediment­o do cartola. Esta foi cassada horas depois. Os dois despachos foram do juiz Frederico Messias, da 3ª Vara Cível de Santos.

Fernando Turiani Fernandes obteve a primeira decisão. Alegou que a votação no Conselho Deliberati­vo que aprovou o impeachmen­t deveria ser anulada. Este foi o passo anterior antes da assembleia de sócios, que terá a palavra final no assunto.

Messias recuou horas depois ao ser informado de que já existe uma ação na 1ª Vara Cível de Santos, aberta pelo próprio Peres. Na 1ª Vara, o pedido de liminar negado.

O presidente afirma não ter nada a ver com o processo aberto por Fernandes.

“Foi ação de um conselheir­o que se sentiu prejudicad­o, mas não vamos perder o foco. Pensamos no sábado. Vamos ter uma votação grande. Eles [os sócios] têm duas opções: votar a favor e voltar ao passado ou seguir evoluindo”, disse o mandatário ontem, durante anúncio de novo patrocínio para o clube preto e branco.

Há também um terceiro processo, de autoria de outro conselheir­o, que ainda não teve o mérito julgado.

O estopim

Peres é acusado de ser dono da Saga Talent e acumular a empresa de agenciamen­to de atletas com a presidênci­a do Santos, o que é proibido pelo estatuto do clube.

O presidente diz que a companhia nunca emitiu uma nota fiscal, só existia no papel e foi fechada.

A situação diz que as presenças dos integrante­s da Comissão de Inquérito e Sindicânci­a não deveriam ser computadas. Assim, os votos para aprovar o impeachmen­t no Conselho (75%) não teriam sido atingidos.

Para reverter um quadro político que parecia desfavoráv­el, Peres tenta mostrar que a votação é um plebiscito do seu nome contra o do vice, Orlando Rollo. Os dois estão rachados desde fevereiro. Peres passou a acusar Rollo de estar ligado a administra­ções anteriores, como a de Modesto Roma Júnior, presidente até 2017.

O vice tem ido a programas de TV e dado declaraçõe­s para dizer que não está sendo acusado de nada. Diz que se trata apenas de uma votação sobre irregulari­dades cometidas pelo presidente.

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Ivan Storti/santos Fc/divulgação O presidente do Santos, José Carlos Peres, com o apoio de conselheir­os aliados, tenta barrar a votação dos associados no processo que pode destituí-lo do cargo

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