Agora

6.345 professore­s faltam a cada dia na rede municipal

Número equivale a 10% dos docentes da Prefeitura de SP. Licenças médicas são o principal motivo

- Elaine granconato

A rede municipal de ensino, sob gestão de Bruno Covas (PSDB), registra em média 6.345 ausências diárias de professore­s nas 3.661 unidades escolares. Ou seja, o índice de absenteísm­o docente é de cerca de 10% entre seus 62.860 educadores. O principal motivo são as licenças médicas, afirma o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider.

A rede municipal tem hoje cerca de 1 milhão de alunos, entre 6 meses e 15 anos.

Problemas psiquiátri­cos, doenças graves e/ou decorrente­s do exercício profission­al e acidentes de trabalho são alguns dos diagnóstic­os médicos que tiram os professore­s da sala de aula. Segundo a prefeitura, metade das faltas se dá por licença.

Há ainda as licenças previstas na legislação do magistério municipal como dez faltas abonados por ano, o que correspond­e a duas por mês (não considera os meses de férias). Elas representa­m 20% do total. Ou ainda as chamadas licenças-prêmios, mínimo de 30 dias, e as licenças-maternidad­e (12% do total das ausências). Fora os educadores que se aposentam todos os anos.

“Sem dúvida, o número é muito alto e nos preocupa. Temos licenças médicas com duração entre 40 e 180 dias”, afirma Schneider.

Com a ausência do docente titular por motivo médico, outro profission­al tem de ser colocado no lugar. O que não é tarefa fácil, segundo o secretário. “Mesmo com o professor afastado, aquele cargo está ocupado. Por isso, que a lei não me permite chamar um educador aprovado no concurso”, diz. A última seleção foi realizada em 2016.

“Não temos mais professore­s que passaram no concurso para as disciplina­s de português, matemática, ciências e história”, afirma. Na última sexta-feira, portaria autorizou a contrataçã­o de temporário­s, no máximo, por um ano —até 1.300 para os ensinos fundamenta­l 2 e médio e 1.126 para educação infantil e fundamenta­l 1.

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sobre professore­s municipais na pág. A9

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Rubens Cavallari/folhapress A manicure Ednalva Santos Barbosa da Paz, 48 anos, a filha dela, Karina, e Giovani Gonçalves mostram o abaixo-assinado em frente à Emef João 23, no Butantã (zona oeste); pais reclamam de falta de professor

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