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CPTM registra primeira prisão por nova lei de abuso sexual

Suspeito é acusado de ter passado a mão na perna de passageira. Regra prevê prisão de um a cinco anos

- Marina estarque (FSP)

Dois dias após a sanção da lei que criou o crime de importunaç­ão sexual, um homem foi preso anteontem sob suspeita de passar a mão na perna de uma passageira em um trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolit­anos). O registro é o primeiro a ser enquadrado na nova legislação.

A norma prevê pena de um a cinco anos de prisão. Antes da lei, ações desse tipo costumavam ser enquadrada­s na lei de contravenç­ões penais, da década de 1940, cuja punição era apenas o pagamento de multa.

O caso desta quarta-feira ocorreu perto da estação Sagrado Coração, em Jandira (Grande São Paulo). Já havia contra o suspeito, um gráfico de 56 anos, dois registros, de 2016 e 2017, por importunaç­ão ofensiva ao pudor no interior de trens da CPTM.

De acordo com o boletim de ocorrência, a vítima, o suspeito e três ambulantes desceram na plataforma da estação Sagrado Coração, da linha 8-diamante, às 9h.

Como foi a ação

No local, a vítima contou ao vigilante da CPTM que o suspeito se sentou ao seu lado no trem e fingia dormir, com uma maleta no colo. Ela afirmou que o homem “acariciou e apertou” a coxa dela, com a mão escondida sob a maleta. “Ele começou a esfregar a perna em mim, eu me afastei, mas ele se aproximou de novo. Chutei a perna dele, mas ele não estava nem aí, não parava. Quando pegou na minha coxa, eu gritei, fiquei nervosa, chorando”, disse a vítima, uma vendedora de 25 anos.

Foi a primeira vez que ela passou por essa situação no transporte. “Me senti um lixo. Ele achou que eu era qualquer coisa, que ele podia chegar e pegar do jeito que queria”, disse. A vítima conta que, após gritar, vendedores ambulantes ofereceram ajuda e seguraram o suspeito. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, sob gestão Márcio França (PSB), o suspeito foi preso. “Achei que não fosse dar em nada. Amei essa lei, quem sabe esse negócio [de assédio] dentro de trem não acaba?”, disse a vítima. O acusado não foi localizado.

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Reprodução/tv Globo

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