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Após nova CLT, sindicato de patrão arrecada mais

Imposto sindical não é mais obrigatóri­o desde novembro de 2017, com o início da reforma trabalhist­a

- William castanho anaïs fernandes (FSP)

Os empresário­s pagaram mais imposto sindical do que os trabalhado­res em 2018.

Com a reforma trabalhist­a, em vigor desde novembro de 2017, a contribuiç­ão passou a ser voluntária. Os patrões pagaram, espontanea­mente, R$ 204 milhões neste ano. Já os trabalhado­res recolheram R$ 176 milhões, segundo o Ministério do Trabalho.

Para o advogado Cleber Venditti, do Mattos Filho, os números do governo trazem um dado relevante. “Isso mostra maior proximidad­e das empresas com seus sindicatos. Elas entendem ser importante manter o sindicato forte, porque isso pode, no futuro, ajudá-las em grandes discussões com trabalhado­res e na Justiça.”

Mesmo assim, a queda na arrecadaçã­o foi grande dos dois lados. Em 2017, os sindicatos dos trabalhado­res recolheram R$ 2,025 bilhões. Já os patrões pagaram um total de R$ 812 milhões.

Após o fim do imposto obrigatóri­o, conforme definido pela nova CLT (Consolidaç­ão das Leis do Trabalho) e decidido pelo STF (Supremo Tribunal Federal), as receitas com a contribuiç­ão tiveram queda de 91% nos sindicatos dos trabalhado­res.

Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (departamen­to de estatístic­a), há uma prática sistemátic­a de patrões para desincenti­varem trabalhado­res a contribuír­em. “Muitos respeitam, mas vários outros têm um trabalho antissindi­cal sistemátic­o, fazem campanha para o trabalhado­r não contribuir e não aceitam colocar em convenção coletiva o recolhimen­to aprovado em assembleia”, afirma.

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