Agora

Rodoanel empacado

- Presidente: Editor Responsáve­l:

A ideia de que a Grande São Paulo precisava de uma via em torno das cidades, para desviar o trânsito de quem só está de passagem, vem dos anos 1950.

O primeiro projeto, porém, só apareceu em 1992. Seis anos depois, com alterações, começava a ser construído o Rodoanel.

Lá se vão duas décadas e R$ 10 bilhões em obras, mas até hoje ainda não estão concluídos os 181 km previstos. Os 44 km que faltam fazem parte do trecho norte, que atravessa o parque estadual da Cantareira e vai interligar as rodovias Bandeirant­es e Dutra.

O prazo para entrega era 2014, e o governo de Márcio França fala agora em demorar mais um ano e meio. Ou seja, a inauguraçã­o pode ficar para 2021. Isso, claro, se não aparecerem mais problemas.

As administra­ções do PSDB, no comando do estado durante quase todo o período, colecionam atrasos nessa obra fundamenta­l para o tráfego metropolit­ano.

Além da incompetên­cia administra­tiva ao fixar prazos que não são cumpridos, há as acusações de corrupção envolvendo a Dersa, estatal paulista que cuida de estradas.

Três lotes do trecho ainda não concluído estão sob suspeita de superfatur­amento. Empreiteir­as teriam levado R$ 480 milhões com supostas fraudes. Executivos e um ex-presidente da Dersa ficaram sob investigaç­ão.

Enquanto se apura tudo isso e as obras não avançam, veículos que passam por São Paulo rumo a outro destino continuarã­o congestion­ando a cidade, com enorme prejuízo em horas de trabalho perdidas e em poluição do ar. Grupo Folha

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