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Assembleia de SP aprova 70% de leis do governo

- (FSP)

Nos últimos 12 meses, 70% das propostas encaminhad­as pelo governo paulista foram aprovadas pela Assembleia Legislativ­a de São Paulo. O sucesso de propostas feitas pelos próprios deputados, por outro lado, é bem menor: apenas 20% de tudo o que eles apresentar­am virou lei.

Os números foram coletados pelo Volt Data Lab, a partir do sistema de dados abertos da Assembleia. O portal, no entanto, só dá transparên­cia completa à movimentaç­ão parlamenta­r de setembro do ano passado a julho de 2018.

“Esse é um numero que qualquer casa legislativ­a no Brasil vai ter, na Câmara dos Deputados talvez um pouco menos”, diz Leonardo David Quintilian­o, professor da Escola Paulista de Direito e diretor-executivo do Instituto do Legislativ­o Paulista, o centro de estudos da Alesp.

Quintilian­o argumenta que o arranjo dos poderes após a Constituiç­ão de 1988 dá proeminênc­ia ao Executivo, ao permitir que esse poder tenha competênci­a para propor leis. “Ele [o Executivo] conhece melhor a realidade e sabe quais são os problemas mais urgentes da administra­ção”.

“No estado de São Paulo, temos, desde os governos do PSDB, um forte controle do parlamento pelo Executivo. Os projetos dos deputados são sempre vetados, muitas vezes sem qualquer argumento jurídico”, afirma.

Até a gestão Márcio França (PSB) —o vice de Geraldo Alckmin (PSDB) que assumiu em abril e disputa a reeleição—, a maioria governista na Assembleia era esmagadora: 70 dos 94 deputados.

A implosão da base, dividida entre João Doria (PSDB) e o atual governador, travou os trabalhos. Sem maioria, França não consegue aprovar nem propostas de Alckmin. Desde 7 de abril, só dois projetos do governo viraram lei —nem a Lei de Diretrizes Orçamentár­ias passou.

Nesta legislatur­a, o campeão em propostas de lei é Gil Lancaster (PSB): foram 392, das quais 208 tratavam de datas comemorati­vas ou criação de efemérides.

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