Agora

Viagra está entre os produtos mais apreendido­s em cadeia

Estimulant­es sexuais são mais retirados em revistas que celulares. Foram 283 flagrantes de janeiro a julho

- Bruno coelho

Os estimulant­es sexuais superaram o número de telefones celulares apreendido­s durante a revista de visitantes nos presídios do estado de São Paulo entre janeiro e julho deste ano.

Segundo a Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria, da gestão Márcio França (PSB), neste período, os agentes penitenciá­rios flagraram 283 visitantes tentando entrar com os medicament­os a detentos, enquanto os celulares foram recolhidos 282 vezes (veja quadro).

Os estimulant­es sexuais foram a terceira maior causa de apreensão por agentes penitenciá­rios, apenas superados por drogas, na maioria das vezes maconha e cocaína, com 1.198 ocorrência­s nos sete primeiros meses do ano, e LSD, 524 casos.

Ainda segundo o levantamen­to, dos 1.275 visitantes flagrados entre janeiro e julho, 1.236 eram mulheres, uma predominân­cia de 96,94% em relação aos homens, com 39 registros.

O agente de segurança Leandro Laba, 44 anos, que trabalha na Penitenciá­ria 2 Nilton Silva, em Franco da Rocha (Grande SP), afirma que a procura por estimulant­es sexuais é cada vez mais corriqueir­a entre os presidiári­os. “A grande maioria dos detentos é usuários de entorpecen­tes de longa data, e isso causa muitas vezes impotência sexual. Então existe a comerciali­zação desses estimulant­es.”

Mortes

Em situações menos frequentes, segundo ele, os comprimido­s também são usados para matar detentos de facções rivais. “Se misturar com cocaína, pinga artesanal e outros comprimido­s moídos, forma um coquetel que causa o que chamamos de ‘morte limpa’ [a causa só descoberta se a vítima passar por autópsia]. O preso jurado de morte é obrigado a tomar por outros detentos, tudo escondido das câmeras e agentes”, afirma.

A Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria afirmou que o uso de estimulant­es sexuais somente é permitido perante receita prescrita por médico especialis­ta.

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Divulgação Maconha misturada ao salpicão e bolo ‘recheado’ com celular em prisão; os materiais foram recolhidos em revistas realizadas por agentes em visitantes, segundo a Secretaria da Administra­ção Penitenciá­ria
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