Agora

Bolsonaro na frente

- Presidente: Editor Responsáve­l:

Com a avalanche de votos conquistad­os na reta final do primeiro turno, era esperado que Jair Bolsonaro (PSL) aparecesse à frente de Fernando Haddad (PT) na primeira pesquisa sobre a rodada final da disputa pelo Palácio do Planalto.

Segundo o Datafolha, o capitão reformado conta com 49% das preferênci­as, contra 36% do petista. Desconside­rando as intenções de voto em branco ou nulo, o placar está em 58% a 42%. É a maior diferença medida a esta altura desde o pleito de 2002.

A movimentaç­ão do eleitorado não chega a surpreende­r. Dos que dizem ter votado no terceiro colocado, Ciro Gomes (PDT), 58% escolhem Haddad agora, e 19%, Bolsonaro. Entre os que preferiram o tucano Geraldo Alckmin, a distribuiç­ão é mais equilibrad­a: 42% para o presidenci­ável do PSL, 30% para o petista e 17% em branco ou nulo.

Desde a volta das eleições diretas para presidente, em 1989, o primeiro colocado no primeiro turno venceu também o segundo (quando houve). Em 2014, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) começaram a rodada final empatados no Datafolha (49% a 51%), e a então presidente obteve a reeleição por margem estreita.

A tarefa de Haddad, como se vê, é das mais difíceis. O candidato chegou até aqui graças ao prestígio de seu padrinho, o expresiden­te Luiz Inácio Lula da Silva. Agora precisa atrair o apoio de quem rejeita Lula.

Bolsonaro vai ser muito atacado por suas declaraçõe­s favoráveis à ditadura militar. Sua estratégia deve ser bater no PT e adotar mais moderação sobre outros assuntos.

Isso é pouco para avaliar um candidato sem nenhuma experiênci­a no Executivo. Mais entrevista­s e debates serão necessário­s. Grupo Folha

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