Doria deixa projetos sem conclusão e quebra promessa
Ex-prefeito largou o cargo mil dias antes do previsto e não cumpriu metas propostas na eleição
O candidato ao governo estadual João Doria (PSDB) foi prefeito por 460 dias, de janeiro de 2017 a abril de 2018, e ficou devendo 1.000 dias para o eleitor paulistano quando abandonou o cargo.
Eleito como “gestor” na esteira da renovação que surgiu do cansaço dos eleitores com os velhos políticos, Doria deixou uma longa lista de projetos não realizados e uma série de metas não cumpridas. Além disso, quebrou a promessa que fez ao menos 43 vezes de não deixar o comando municipal para participar de eleições.
A prefeitura foi herdada por Bruno Covas (PSDB), que ainda não conseguiu resolver as pendências deixadas pelo antecessor. O pacote de privatizações e concessões até hoje não passou nenhum equipamento à iniciativa privada. Pouco se avançou para além das autorizações dos projetos por vereadores.
Somaram-se aos insucessos de impacto os números decepcionantes nas áreas de educação, transporte e zeladoria. Doria prometeu zerar a fila para creches em um ano. A meta depois foi ajustada para 65 mil vagas até março de 2018, mas só 27,5 mil foram criadas. Obras em 12 CEUS foram interrompidas em 2016, no final da gestão de Fernando Haddad (PT), e permaneceram assim durante todo o período Doria.
Só entregou 3,3 km de corredores de ônibus, iniciados na gestão anterior.
O ex-prefeito tentou projetar imagem de que deixaria a cidade mais limpa que Haddad. No entanto, a prefeitura varreu em 2017 menos toneladas de lixo que a gestão anterior —92,8 toneladas, ante 95,8 no ano anterior e 111,5 em 2015.