Jovem acusa policiais de abuso de poder
Uma dona de casa de 26 anos acusa policiais militares de abuso de poder após ser detida ao pichar a frase “ele não”, contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL), em um muro na avenida Nicolau Jacinto, em Artur Alvim (zona leste).
A jovem disse à reportagem que anteontem, quando passava pela avenida, encontrou pichações de cunho “fascista” em uma praça. Ela então decidiu se manifestar, escrevendo “ele não” em um muro. “Depois que escrevi, caminhei uns metros e os policiais me abordaram”, afirma. A ação aconteceu por volta das 15h.
Ela afirmou que dois PMS da Rocam “arrancaram” sua mochila. “Depois disso, torceram meu braço, me pressionaram contra o muro enquanto gritavam no meu ouvido ‘ele sim, sua p.. Vagabunda. ‘Ele sim’ e ‘não vai sobrar nenhum desgraçado como você na rua’”, disse.
Depois, os policiais, segundo ela, ordenaram que “dobrasse as pernas”. “Aí um deles me deu uma rasteira, caí no chão”. Após a queda, ela afirmou que um dos PMS pressionou sua cabeça contra o chão. Também a teria chutado neste momento.
Em seguida, ela foi levada ao 64º DP. A jovem diz que na delegacia teve de ficar sem roupas por meia hora e foi levada para a carceragem. Ela diz que, quando já estava vestida, um PM foi à cela e a obrigou a gritar “ele sim”. Depois disso, a levaram para fora, mas a mantiveram algemada por mais três horas.
Ela foi liberada às 21h, após o registro do boletim de ocorrência de crime ambiental, por causa da pichação, e porte de drogas. Uma pequena quantidade de maconha foi encontrada na mochila da jovem, que é ativista pela legalização da droga.