Teto de gastos deve ser mantido em caso de vitória do capitão
O candidato à Presidência Fernando Haddad (PT) confirmou ontem, em entrevista à rádio Bandeirantes, que sugeriu a Mario Sergio Cortella que ocupasse o Ministério da Educação num eventual governo petista.
O candidato também confirmou uma conversa com o ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa.
O questionamento sobre a equipe ministerial de um eventual governo de Haddad veio após uma postagem falsa nas redes sociais de uma imagem que copia o logotipo e elementos visuais da campanha do petista.
A postagem mostra que a equipe ministerial petista contaria com Drauzio Varella, no Ministério da Saúde, general Eduardo Villas Bôas na Defesa, Mario Sergio Cortella na Educação, Joaquim Barbosa na Justiça, Luiza Trajano no Desenvolvimento e Ciro Gomes na Fazenda.
Haddad disse que Joaquim Barbosa o recebeu em sua casa em Brasília para conversarem sobre o momento do país, mas não confirmou nem negou o convite.
Já sobre Cortella, Haddad disse que ele é uma pessoa próxima e que, antes de ser cogitado como candidato, falou a ele que, se tivesse alguma influência, deveria pensar nele para comandar a Educação.
O petista disse ainda que, por serem amigos, trocou telefonemas com o filósofo e escritor recentemente.
Dizendo se sentir homenageado, Cortella negou o convite, mas afirmou que, em uma conversa por telefone, o Haddad disse que seria bom que conversassem sobre o assunto após as eleições.
A duas semanas do fim do segundo turno, o economista Paulo Guedes —cotado para ser ministro da Fazenda numa eventual vitória de Jair Bolsonaro (PSL)— e sua equipe trabalham para definir alguns pontos ainda em aberto na agenda econômica, segundo pessoas próximas.
A ambição do grupo do capitão reformado é produzir uma ampla reforma fiscal. O ponto de partida é o teto dos gastos, que será mantido, e sob os quais serão colocados novos pilares que buscam, principalmente, cortar gastos do governo.
No caso da reforma da Previdência, a mais aguardada pelos especialistas em contas públicas, o compasso é de espera. É certo que o programa vai incluir a adoção do sistema de capitalização —em que cada pessoa faz sua própria poupança para bancar a aposentadoria no futuro. Os demais detalhes estão em discussão.
Algumas medidas, mais arrojadas, dependem de costuradas política. Guedes defendeu em entrevistas que precisa privatizar estatais e vender imóveis da União. Em palestras a empresários e integrantes do mercado financeiro, Guedes também falou mais de uma vez contra a rigidez imposta ao Orçamento da União. Hoje, 92% dos recursos são despesas rígidas —ou seja, têm destino definido em lei.
Dentro desse escopo estão as despesas obrigatórias do governo, como Previdência, folha de pagamento, abono salarial renda para deficientes e idosos.