Tobias quer ver Cássio brilhar na decisão da Copa do Brasil
Ex-goleiro exalta a importância do atual titular e diz que taça ficará mais perto se for para os pênaltis
“O Cássio é um baita de um goleiro. Frio, arrojado, tem carisma com a torcida, mas quero ver pegar três pênaltis em uma disputa como eu em pleno estádio do Maracanã.”
A afirmação e o tom bemhumorado que soa provocação não é de um torcedor qualquer. Tobias foi o goleiro da heroica conquista do Paulista de 77. Para ele, a chance de o Timão ser campeão em cima do Cruzeiro amanhã, na final da Copa do Brasil, passa pelas mãos de Cássio. Ele lembra que, há 42 anos, conseguiu fazer a diferença num Maracanã lotado.
O jogo em questão foi a semifinal do Brasileiro de 76, quando o Corinthians, após empate por 1 a 1, eliminou o poderoso Fluminense de Rivellino nos pênaltis. Na final, perdeu para o Inter por 2 a 0.
“O Rodrigues Neto cobrou e eu peguei. O juiz mandou repetir e defendi de novo. Depois veio o Carlos Alberto Torres, e outra defesa. Só levei gol do Doval nos pênaltis. Isso com mais de 120 mil pessoas no estádio”, recorda-se.
Agora, como em 76, o Timão briga pelo título contra um rival tido como favorito.
“O Cássio é muito grande e não tenta adivinhar o canto. Isso cria insegurança no cobrador. Se for para os pênaltis, aí eu acho que a nossa chance de ser campeão aumenta. Mas o ataque tem que fazer a parte dele, pois o Corinthians precisa vencer”.
Principal nome do elenco, Cássio mostrou sua expertise na final do Estadual. Na decisão contra o Palmeiras, defendeu os chutes de Dudu e Lucas Lima. “Ele pegou dois, mas eu segurei três lá no Maracanã”, brincou Tobias, de 69 anos, lembrando-se dos chutes de Rodrigues Neto.
Tobias comparou o Timão que encerrou o jejum no final dos anos 70 ao elenco atual que encara o Cruzeiro.
“A nossa equipe marcava forte e tinha muita intensidade. A gente não se entregava e isso contagiava a torcida. O Corinthians de hoje é muito abaixo da média. Não consegue dar um chute a gol”, lamentou o ex-goleiro, dando a receita para, pelo menos, equilibrar o jogo: “O time tem que se dedicar ao máximo, ter vibração, garra, porque aí a torcida empurra. E quem jogou no Corinthians sabe que isso faz toda a diferença na final”.